Conteúdo publicado há 7 meses

Ferimentos de água-viva levam pelo menos 15 pessoas a buscarem médico no CE

Quinze pessoas precisaram de atendimento após serem feridas por águas-vivas em uma praia de São Gonçalo do Amarante (CE).

O que aconteceu

Ocorrências foram registradas ao longo de três dias na praia da Taíba. Os atendimentos foram registrados pela prefeitura do município na Unidade Básica De Saúde Walter Ramos Araújo durante o feriado de Páscoa.

Maioria dos feridos participava de evento esportivo. Onze dos atendidos estavam no Circuito Brasileiro Master de Bodyboarding 2024, realizado entre a sexta-feira (29) e o domingo (31).

Turistas e moradores também foram atendidos. Entre os outros 4 feridos estavam dois moradores da região e dois banhistas que visitavam a praia.

Ocorrências em outros pontos do estado. Em Fortaleza, um nadador foi hospitalizado após contato com água-viva na terça-feira (26). Ele nadava na praia de Iracema e foi resgatado por uma equipe de canoagem.

Espécie é conhecida por acidentes no Brasil. Os animais responsáveis pela maior parte dos casos registrados na costa cearense são da espécie Chrysaora lactea, explicou o professor Marcelo Soares, do Labomar (Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará), ao UOL. Entre os anos de 2011 e 2012, a mesma espécie causou mais de 20 mil ocorrências do tipo no estado do Paraná. Ao todo, 600 delas precisaram de atenção médica.

Fatores que aumentam a presença das águas-vivas na costa. As fortes chuvas que atingem o estado, somadas ao aumento da temperatura do oceano, são motivos que podem acelerar o processo de reprodução das águas-vivas, explicou o professor. A equipe da pesquisa da UFC também investiga se a redução de espécies marinhas predatórias para os animais, como tartarugas e alguns tipos de peixe, pode estar ligada ao aumento das ocorrências.

O UOL buscou a Secretaria de Meio Ambiente do estado para saber se há um levantamento sobre a incidência de animais na região. O espaço será atualizado tão logo haja posicionamento.

Nessa época, quando chove muito no Ceará, a água fica mais parada porque o vento diminui. Isso está possibilitando [o aumento das ocorrências] também. A água viva é um animal que não consegue nadar muito. Ele é muito dependente da dinâmica das correntes, das marés.
Marcelo Soares, professor do Labomar, em entrevista ao UOL

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