Casa invadida em GO: alvo da polícia teria levado informações a criminosos
Colaboração para o UOL, em São Paulo
15/04/2024 17h41
A advogada Jennifer Nayara Caetano de Souza, presa após policiais invadirem casa errada durante operação em Aparecida de Goiânia (GO), é suspeita de levar informações para criminosos em uma unidade prisional do estado.
O que aconteceu
Jennifer é apontada pela Polícia Civil de Goiás como uma espécie de informante para traficantes. Ao UOL, o advogado da suspeita, Jean Fillipe Alves, explicou que ela foi detida em um desdobramento da operação Veritas, deflagrada em 2022, que investiga advogados suspeitos de levarem informações para criminosos.
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Suspeita está presa preventivamente. Jean Fillipe destacou que Jennifer "não possui sentença condenatória em seu desfavor" e que a investigação não foi concluída. "A representação pela prisão preventiva, como consignado na própria decisão, veio 'com vistas a instruir o inquérito policial' em andamento".
Advogado disse que Jennifer não vai comentar em relação à família que teve a casa invadida por engano. Em nota, a Polícia Civil negou que tenha havido erro no endereço e afirma "haver ligação entre a casa objeto da busca e a pessoa que se buscava prender".
Entenda o caso
A Polícia Civil de Goiás invadiu uma casa em Aparecida de Goiânia na última quinta-feira (11). Os moradores gravaram a ação e acusaram os agentes de entrarem na casa errada. Os agentes arrombaram o portão do imóvel, que fica no bairro Jardim Industrial.
Ao entrar, uma policial apontou uma arma para a mulher que gravava a invasão. No vídeo, é possível ver uma policial mandando a moradora ficar quieta e impedindo que ela, sob a mira de uma arma, saísse de casa.
Ao mostrarem o mandado judicial, os policiais anunciaram o nome de uma mulher que, segundo os moradores, não vive ali. "Vocês bateram na casa errada", rebate a moradora.
O Deic (Delegacia Estadual de Investigações Criminais) tinha autorização para entrar na residência, segundo a PCGO. "O mandado de busca e apreensão foi cumprido no endereço correto, constante da ordem judicial, o qual foi obtido mediante investigação técnica, baseada em elementos decorrentes de quebra de sigilo telemático e vigilância policial in loco", afirma a nota.
Os policias civis teriam chegado ao endereço às 6h da manhã. Após chamarem os moradores "por diversas vezes", afirma, eles "recusaram-se a abrir o portão, claramente cientificados de que a polícia encontrava-se à frente para cumprirem ordem judicial".
Após a desobediência reiterada dos moradores, houve a necessidade de entrada forçada na residência, sendo exigida, em seguida, a contenção dos ânimos.
Polícia Civil de Goias, em nota
A polícia alega que "havia uma ligação entre a casa objeto da busca e a pessoa que se buscava prender". "Tanto é, que esta foi presa em frente à residência citada no mandado judicial", segue a justificativa.
Questionada pelo UOL se a suspeita mora na casa invadida, a polícia não respondeu. Nas redes sociais, um dos moradores da casa, Thassio Silva, afirmou ser vizinho da mulher procurada. Ele afirma que, durante a invasão, "ela saiu da casa dela por livre e espontânea vontade para ver o que estava acontecendo e se deparou com a situação".