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O que se sabe e o que falta saber sobre caso do idoso morto levado a banco

Do UOL, em São Paulo

18/04/2024 12h15Atualizada em 18/04/2024 14h18

A Polícia Civil ainda tem questões em aberto que precisam ser esclarecidas sobre o caso envolvendo o idoso levado por Erika de Souza Vieira Nunes na última terça-feira (16) já morto para sacar empréstimo em uma agência bancária em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. O caso está sendo investigado.

O que falta saber

Quando o idoso morreu? O laudo do exame de necropsia não determinou se ele morreu antes de chegar ao banco ou no local. A perícia diz que foram identificados no idoso sinais de bronco aspiração, congestão pulmonar e falência cardíaca por doença isquêmica prévia. Paulo teve "pneumonia não especificada" dependente de oxigênio e ficou internado de 8 a 15 de abril na UPA de Bangu, indica o prontuário médico.

Por que ele foi levado ao banco um dia após ter alta hospitalar? Mesmo com dificuldade para falar, ele teria pedido para ir ao banco para solicitar empréstimo de R$ 17 mil, disse Erika em depoimento. Segundo ela, o dinheiro seria usado para comprar uma TV e reformar a casa. No mesmo dia, ela havia ido a outra agência, mas o idoso não foi atendido porque a gerente constatou que ele estava apático, acionando a Samu e a polícia, segundo a Folha de S. Paulo.

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Ele estava debilitado e não tinha condições sequer de falar que queria pegar dinheiro.
Fábio Luiz da Silva Souza, delegado da Polícia Civil

Por que Erika foi presa? Ela foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver (ou seja, menosprezar, ultrajar, tratar com desprezo e sem o devido respeito o cadáver ou suas cinzas). Ela será levada para audiência de custódia hoje à tarde.

Quem ainda deve ser ouvido? A Polícia Civil está atrás de vizinhos e parentes que não tivessem proximidade com Erika, que possam colaborar com a investigação.

O que se sabe

O que diz a defesa de Erika? A mulher que levou o idoso ao banco possui laudos para atestar que tem problemas psiquiátricos, disse a advogada Ana Carla de Souza em entrevista ao UOL News. "São situações que transitam entre um abalo psicológico e uma questão de medicamentos controlados no campo psiquiátrico", disse a defensora.

Quem viu o idoso ainda vivo antes de ser levado ao banco? Ao menos duas pessoas interagiram com Paulo Roberto Braga, 68, antes do trajeto até o banco. Um motorista de aplicativo prestou depoimento ontem dizendo ter levado o idoso em uma viagem no banco traseiro do veículo. "Ele chegou a segurar na porta do carro", disse. Uma outra pessoa relatou ter ajudado a retirar Paulo da cama para levá-lo ao veículo. "Ele ainda respirava e tinha força nas mãos", disse. A Polícia Civil agora está atrás de outras testemunhas.

Como foi a interação das duas filhas de Erika com Paulo? Elas foram citadas no depoimento do motorista do aplicativo. Segundo ele, uma das meninas ajudou a levar Paulo da cama para o veículo, segurando-o pelas pernas. "Erika ainda chamou as duas filhas para irem com ela, mas nenhuma delas quis acompanhar a mãe", disse o motorista de app.

O que as imagens mostram? Além do vídeo do idoso já morto na agência, há imagens do momento em que ele desembarca do veículo com a ajuda de Erika no estacionamento de um shopping. Outro vídeo mostra Paulo em uma cadeira de rodas no interior do estabelecimento comercial. "Vamos fazer uma análise mais detalhada das imagens", disse hoje ao UOL o delegado Fábio Luiz da Silva Souza.

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