Falsa sensação de segurança fez moradores voltarem para casa, diz tenente
Colaboração para o UOL, em São Paulo
13/05/2024 18h42Atualizada em 13/05/2024 19h47
A falsa sensação de segurança com os últimos dias de sol e trégua de chuvas levou moradores a voltarem para suas casas em áreas de riscos no Rio Grande do Sul, disse a tenente Sabrina Ribas, da Defesa Civil Estadual durante o UOL News desta segunda (13). Com novas chuvas, nível do rio Guaíba voltou aos 5 metros e deve bater novo recorde.
Estamos enfrentando uma questão que muitas pessoas tiveram uma falsa sensação de segurança com esses dias de trégua de chuvas e acabaram retornando para áreas inundadas. Isso é muito grave. Tenente Sabrina Ribas, Defesa Civil Estadual do RS
Por que? Com essa perspectiva de nova elevação de rio, essas pessoas novamente vão estar em risco. É muito importante que as pessoas obedeçam a orientação do agente público lá na frente — policial militar, bombeiro, agente da defesa civil. Tenente Sabrina Ribas, Defesa Civil Estadual do RS
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Se forem orientados a sair, então que saiam. Porque muitas pessoas se recusam a sair de suas casas e acabam depois se colocando em situação de risco de vida e emergência, e sobrecarregando nossas forças de respostas, gerando uma demanda que nós não queremos que é resgate de emergência e até mesmo perdas humanas. Tenente Sabrina Ribas, Defesa Civil Estadual do RS
A tenente lembra ainda a frustração dos voluntários no estado com as desinformações espalhadas em meio à tragédia que diziam, por exemplo, que doações não estavam sendo entregues.
Nossos grupos de voluntários ficaram muito frustrados com essa veiculação de notícias falsas de que estávamos segurando/prendendo doações. A Defesa Civil do estado mantém sempre um estoque mínimo de doações para atender os municípios que sejam atingidos por desastres, é importante a gente frisar isso. As doações são muito dinâmicas, assim que chega e sai. Tenente Sabrina Ribas, Defesa Civil Estadual do RS
'Em Rio Grande, o clima é de bastante tensão', diz morador
O morador de Rio Grande, advogado Rafael Resende da Silva, contou em entrevista ao UOL News como está a cidade vive sob tensão por ter apenas uma rota de saída terrestre e não sabe o que fazer enquanto há elevação do nível de água, seguida por períodos de sol.
[Em Rio Grande] a sensação é bem complexa. É um clima de bastante tensão em toda cidade. Hoje de manhã teve bastante chuva, mas de tarde sol. É meio que uma situação de ora melhora, ora piora. Rafael Resende da Silva, advogado e morador de Rio Grande (RS)
Mas o que mais me impressiona e impacta é que o povo em geral, o senso comum da população, a gente não tem muita ideia do que realmente nos afeta. Porque a gente olha e pensa que tá sol, não tá chovendo e que tá melhorando, mas não é só isso que leva em consideração. Rafael Resende da Silva, advogado e morador de Rio Grande (RS)
Tem a questão do vento, de onde vem a água, se tá conseguindo baixar o Guaíba. Isso gera uma grande tensão. Rio Grande é uma cidade de praticamente 200 mil habitantes, fica bem ao sul do país, quase no Uruguai. Embora seja uma cidade grande em extensão, só temos uma saída terrestre, só uma forma de sair da cidade e ir em direção à capital. Rafael Resende da Silva, advogado e morador de Rio Grande (RS)
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