Três a cada quatro moradores de Eldorado do Sul estão desalojados
Cerca de 30 mil pessoas residentes de Eldorado do Sul estão desalojadas. Isto significa 76% da população da cidade fora de seus lares.
O que aconteceu
Eldorado do Sul foi um dos municípios mais afetados pela tragédia climática no Rio Grande do Sul. A cidade segue alagada desde o dia 6 de maio.
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Aproximadamente 30 mil pessoas ficaram desalojadas na cidade, de acordo com última atualização da prefeitura. O número representa 76% da população que deixaram suas casas e ainda não podem voltar. De acordo com o último Censo do IBGE, Eldorado possui cerca de 40 mil habitantes.
Rio Jacuí, que banha Eldorado, segue com níveis altos. O rio teve pico registrado de 11,32 metros na terça-feira (14), enquanto a cota de inundação é de 6 metros. Nesta quinta-feira (16), o nível do rio é de 7,8 metros. De acordo com a prefeitura, isso inviabiliza o escoamento das águas dos domicílios eldoradenses.
Atualmente, só um bairro da cidade não está completamente alagado. De acordo com o boletim da cidade, apenas o bairro Padre Josimo está com distribuição de água e com menos alagamentos. Ao UOL, o prefeito Ernani Freitas (PDT), disse que todos os outros seguem em estado crítico.
Guaíba, Mariana Pimentel, Sertão Santana, Barra do Ribeiro, Porto Alegre e Gravataí recebem a população de Eldorado. Segundo a prefeitura, o transporte para abrigos segue acontecendo por ônibus, caminhões e helicópteros. O município conta com um abrigo ativo no bairro Parque Eldorado.
As pessoas perderam tudo. Das casas, a maioria está intacta. A hora que abaixar elas poderão voltar, com trabalho de mutirão. A questão é que elas não têm mais nada. Eletros, coisas básicas. Comércio não tem mais também. Algumas pessoas que moram em áreas mais baixas e em casas de madeira já não vão ter o que fazer, não vai dar para reutilizar.
Ernani Freitas, prefeito de Eldorado do Sul
Evacuação da cidade
Prefeito pediu evacuação total da cidade.Ao UOL, no dia 7 de maio, Freitas disse que todos os habitantes do município teriam que buscar abrigo em outras localidades. A cidade chegou a ficar 100% debaixo d'água, disse Freitas.
A cidade segue sem água, luz e internet. Além dos prejuízos com as casas, não há comércio em condições de voltar as atividades. Apenas um bairro tem a distribuição de água potável.
Orientação é para evitar riscos. De acordo com o prefeito, como o nível das águas segue alto, não é aconselhável voltar aos territórios alagados.
Foram registradas 6 vítimas fatais das enchentes na cidade. Atualmente, 26 pessoas estão desaparecidas.