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Pastor preso por abuso diz que cúmplice se inspirava em profeta bíblico

Pastor foi preso suspeito de abusar dos fiéis Imagem: Reprodução/PCDF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/05/2024 16h35

A pastora de 58 anos, apontada como cúmplice de um líder religioso preso por suspeita de abusar fiéis em uma igreja evangélica do Distrito Federal, se inspirava no profeta Habacuque para praticar os crimes.

O que aconteceu

Pastora, que não teve a identidade revelada, apenas "simulava" sexo com fiéis e tinha como inspiração o profeta do Antigo Testamento. Esse aspecto da religiosa foi revelado em depoimento pelo pastor Sinval Ferreira, que está preso, segundo informações da Polícia Civil do Distrito Federal.

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Líder religioso disse ser inocente. Ainda de acordo com a PCDF, Sinval negou que tenha abusado dos fiéis e relatou que sua cúmplice nos supostos crimes somente fazia "obra de imitação", sem concretizar o ato carnal.

Polícia disse não saber por que a pastora se inspirava em Habacuque. O UOL questionou ao delegado responsável pelo caso, Marcos Vinícius Miranda, se há uma explicação da mulher ter a figura religiosa como suposta inspiração para os atos investigados, mas ele informou que a pastora preferiu ficar em silêncio — ela não foi presa e vai responder em liberdade.

Sinval é líder da Casa de Oração Pentecostal Missionários, em Samambaia. Ele teria passado a congregar na igreja de sua cúmplice, em Sobradinho, em uma tentativa de se reaproximar da ex-esposa, que frequenta a igreja da pastora apontada como cúmplice dele, conforme o delegado.

O pastor é apontado pela polícia como responsável por abusar sexual e financeiramente dos fiéis da igreja que ele lidera. De acordo com a investigação, o líder religioso usava sua influência de, supostamente, ter o dom de fazer previsões para desfazer "maldições" e salvar as vidas dos religiosos que o acompanhavam.

Como o pastor agia

Líder religioso costumava abordar os fiéis, a maioria homens, com supostas visões alarmantes de mortes nas famílias deles. Em um dos casos, o pastor teria abordado um fiel e dito que a esposa dele iria morrer. Para "quebrar a maldição" e salvar a mulher, o pastor precisaria realizar sete "unções" nas partes íntimas do fiel. Por temer a suposta previsão do pastor, a vítima teria deixado ele fazer as "unções" e mantido relações sexuais com o religioso.

Além de abusar sexualmente, pastor também extorquia financeiramente as vítimas. Nesses casos, o suspeito agia da mesma forma, com ameaças de que algum parente iria morrer ou ficar inválido, e persuadia os fieis a realizarem "doações generosas" em dinheiro para a igreja.

Outra vítima manteve relações sexuais e bancou viagens do pastor. Conforme a investigação, uma mulher foi abusada pelo religioso e teve que arcar com as custas de uma viagem dele para o Rio de Janeiro, além de ter emprestado uma chácara para ele realizar supostas orgias com outros membros da igreja.

Pastora seria cúmplice nos atos criminosos. Segundo a polícia, a mulher teria auxiliado nas "ameaças de castigo celestial", além de também participar dos abusos.

Pastores vão responder pelos crimes de violação sexual mediante fraude e extorsão. Se forem condenados, as penas podem chegar a 17 anos de reclusão.

O UOL não conseguiu contato com a defesa do pastor Sinval Ferreira. Como a pastora não teve o nome revelado, não foi possível localizar seus advogados. Em ambos os casos, o espaço segue aberto para manifestação.

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