Brigadeirão: suspeita tinha outro namorado, que descobriu traição pela TV
A mulher suspeita de matar o namorado com um brigadeirão envenenado no Rio de Janeiro mantinha relacionamento com outro homem. Ele soube da traição ao descobrir o crime pela TV, segundo a Polícia Civil.
O que aconteceu
Suspeita mantinha relacionamento com advogado há mais de dois anos, indica investigação. Em depoimento ontem à tarde, o outro namorado de Júlia Andrade Cathermol Pimenta disse inclusive que o casal planejava noivar. A identidade dele é mantida sob sigilo. Foragida, ela está sendo procurada pela Polícia Civil.
Júlia alegava viagens a trabalho para justificar a sua ausência, disse o outro namorado à Polícia Civil. Na versão da suspeita, ela morava com o empresário morto, Luiz Marcelo Ormond, desde 19 de abril deste ano. Mas alegou manter um relacionamento esporádico com a vítima desde 2013.
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O corpo do empresário foi encontrado em estado avançado de decomposição no dia 20 de maio no apartamento onde ele morava na zona norte do Rio. Vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento e acionaram a polícia. Júlia sorriu ao prestar depoimento dois dias após o caso vir à tona, ao relatar detalhes da convivência do casal.
"Ele me comprou um buquê. Aí eu falei assim: 'Tu não tem que me comprar nada que eu não sou sua mãe'", disse ela sorrindo ao delegado Marcos Buss. Na ocasião, a Polícia Civil ainda não considerava a hipótese de homicídio e tratava o caso como morte suspeita. Após o depoimento, foi solicitado mandado de prisão à Justiça.
O que se sabe sobre o caso
A suspeita disse que foi embora no dia em que o corpo do empresário foi encontrado, após ele ter feito café da manhã para ela. Mas a perícia indicou que a morte pode ter ocorrido entre três a seis dias antes de o cadáver ser achado, o que diverge da versão da foragida.
Segundo uma testemunha ouvida pelo Fantástico, Júlia pressionava o namorado por uma união estável. "Ele falava que (...) eles brigavam muito e tudo mais. Ele era um cara que tinha medo de casar (...) por causa dos bens dele, com medo de separar", contou.
A Polícia Civil acredita que o empresário comeu um brigadeirão envenenado dado pela suspeita. No dia 17 de maio, câmeras de segurança flagraram o empresário pela última vez com vida no condomínio. Ele estava com Júlia no elevador após deixar a piscina do prédio e carregava um prato que poderia conter o doce com veneno. A causa da morte ainda não foi revelada.
Pelo menos três pessoas ouvidas pela polícia afirmam que receberam mensagens atípicas do número do empresário. A polícia desconfia que os recados tenham sido enviados pela namorada da vítima e principal suspeita do crime. Uma das testemunhas relatou cobrança. A mensagem pedia o adiantamento da prestação de um terreno que a vítima teria vendido para ela, o que causou desconfiança.
Suspeita de conta conjunta. A polícia também investiga se Júlia abriu uma conta conjunta com o empresário dias antes da morte dele.
Cigana presa por ligação com crime
A suspeita teria reclamado do mau cheiro do corpo, segundo mulher presa por suspeita envolvimento no crime. Em depoimento, a cigana Suyaney Breschak disse ter ajudado Júlia a se desfazer dos bens do namorado. Ela disse ser conselheira espiritual de Júlia.
Cigana disse que Júlia teria matado o namorado com brigadeirão envenenado. Ela ainda relatou que Júlia seria garota de programa e que tinha dívida de R$ 600 mil com ela. Além dela, um homem que teria comprado bens do empresário foi preso em flagrante por receptação. O UOL tenta contato com a defesa das duas suspeitas de envolvimento na morte do empresário.
Disque Denúncia RJ divulgou cartaz pedindo informações sobre suspeita. Qualquer informação sobre o paradeiro de Júlia pode ser enviada de forma anônima para os números (21) 2253 1177 ou 0300-253-1177.