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Associação rebate teste que apontou álcool em pão de forma: 'Incoerências'

A entidade afirma que discorda das conclusões do teste

Do UOL, em São Paulo

13/07/2024 16h54Atualizada em 15/07/2024 17h04

A Abimapi, associação que representa a indústria de pães e bolos, divulgou uma nota, neste sábado (13), em que rebate o estudo sobre a presença de álcool em pães de forma.

O que aconteceu

A entidade afirma que discorda das conclusões do teste. "A Abimapi ressalta que não concorda com as conclusões apresentadas no Relatório Técnico e Mercadológico divulgado pela Proteste - que publicou o estudo sem consultar o setor envolvido, causando forte temor popular - devido às inúmeras incoerências identificadas na análise em questão".

A Abimpai aponta supostos problemas na metodologia do estudo, correlação feita pela Proteste e transparência. "Os resultados do teor alcoólico nos pães de forma foram comparados com o teste de bafômetro, sem considerar a ingestão dos pães. A comparação foi feita apenas por uma regra de três, o que é inadequado", diz um trecho da nota.

O comunicado ainda afirma que o profissional que assina o estudo não apresenta o número de registro no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia). "A Abimapi entende que é vital que qualquer análise seja conduzida por um profissional ou entidade devidamente credenciado e autorizado pelos órgãos competentes".

Em nota enviada ao UOL, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, conhecida como Proteste, afirmou que "ao divulgar os resultados dos testes realizado por laboratório devidamente acreditado, apenas exerce o direito constitucional à informação e qualquer tentativa de impedir essa informação, deve ser considerada uma censura".

Entenda o caso

Um novo estudo revelou que certas marcas populares de pão de forma no Brasil contêm níveis elevados de álcool em suas formulações.

O estudo, intitulado "Tem álcool no seu pão de forma?", alerta para os potenciais danos à saúde humana. A pesquisa destaca, principalmente, o risco para crianças, lactantes e gestantes, que podem estar expostos ao risco de síndrome alcoólica fetal.

O projeto analisou as dez marcas de pão de forma mais vendidas no Brasil: Visconti, Bauducco, Wickbold 5 Zeros, Wickbold Sem Glúten, Wickbold Leve, Panco, Seven Boys, Wickbold, Plusvita e Pullman. Entre essas, seis apresentaram níveis de álcool acima do esperado, enquanto apenas Plusvita e Pullman passaram em todos os testes. As fabricantes afirmam seguir protocolos de segurança e qualidade, e ressaltam que não foram notificadas sobre o estudo, nem tiveram acesso à metodologia, impedindo comentários específicos sobre os resultados.

De acordo com a Proteste, se os pães fossem bebidas, pela legislação, seis dessas marcas seriam consideradas alcoólicas. É que, no Brasil, para que uma bebida seja considerada como não alcoólica ela deve conter um teor máximo de etanol de 0,5%.

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