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Investigado por morte de jovem diz ter visto corpo em lençol e sentiu medo

Camille Vitória Monteiro estava desaparecida após sair de casa para uma entrevista de emprego Imagem: Reprodução/Redes sociais

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/07/2024 17h13

O ex-policial militar investigado por participação no desaparecimento e assassinato de uma jovem de 21 anos disse em depoimento que viu um corpo enrolado em um lençol, mas que fugiu por sentir medo — o corpo da vítima foi localizado na segunda-feira (15), na Baixada Fluminense (RJ), dez dias após os familiares registrarem seu sumiço.

O que aconteceu

Ex-PM, que não teve a identidade revelada, disse que havia intermediado uma entrevista de emprego para a vítima. Em depoimento, o ex-agente alegou que Camille Vitória Monteiro, 21, havia sido contratada para fotografar e filmar um suposto caso de infidelidade da esposa de um empresário de 70 anos, de quem o suspeito disse ser amigo "há muitos anos".

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Jovem receberia cerca de R$ 2 mil. Conforme o suspeito, Camille iria receber o montante para filmar e fotografar a suposta infidelidade da esposa do empresário do qual ele era amigo. A vítima teria aceitado o serviço porque precisava do dinheiro.

No dia do crime, 5 de julho, o ex-agente disse ter levado Camille em um carro para o endereço onde ela faria o "serviço". Conforme o suspeito, eles foram em um carro junto com outro homem dirigindo, mas, posteriormente, um segundo homem "bem vestido" com terno entrou no veículo, e passou a falar com a jovem em tom agressivo.

Ex-policial disse que pediu para descer do veículo e foi embora sem prestar socorro à vítima. O homem vestido de terno teria agredido fisicamente Camille, mas o ex-agente admitiu que fugiu sem prestar auxílio ou chamar a polícia. Ele alegou não ter ficado no local para presenciar se a vítima foi morta naquele momento.

Suspeito disse ter visto um corpo enrolado em um edredon, mas não conferiu se era o da jovem. No dia seguinte ao ocorrido, em 6 de julho, o homem disse ter voltado para o local em que deixou Camille e viu um cadáver enrolado por um lençol, apenas com os pés para fora. Ele confessou que foi embora por ter sentido medo e não reportou o ocorrido às autoridades.

Motivação para o crime ainda é desconhecida. A polícia chegou até o corpo de Camille após o ex-PM apontar onde a jovem foi morta e abandonada. Os investigadores também ainda não esclareceram se esse suposto empresário de quem o ex-agente diz ser amigo tem envolvimento no crime, ou se a morte de Camille foi motivada por algum outro motivo.

Zelador também é investigado. O zelador, que conhecia Camille por ter trabalhado com a vítima em um clube no qual ela fazia "bicos", foi o responsável por intermediar o contato entre ela e o ex-policial para a realização do "serviço". Em depoimento, o zelador negou participação no crime e disse que não teve contato com a vítima e o ex-agente no dia 5 de julho, data em que o crime foi cometido.

Justiça negou prisão dos suspeitos

Corpo de Camille foi encontrado nesta segunda-feira (15), próximo ao Rio Magé, na Baixada Fluminense. Segundo informações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, os investigadores localizaram o cadáver da jovem após um dos suspeitos pelo crime apontar o lugar onde o corpo da vítima foi abandonado.

Família fez o reconhecimento no IML de Teresópolis. O corpo de Camille foi submetido a exames para determinar a causa da morte, mas o resultado não foi divulgado. A polícia também não informou se havia sinais de violência. A vítima deixou três filhos pequenos.

Zelador e ex-policial são investigados por participação no crime, mas a Justiça do Rio negou o pedido de prisão preventiva deles. Ao UOL, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que "não foram concedidas as prisões temporárias [dos dois suspeitos] porque não há indícios suficientes para esclarecer a autoria dos investigados".

Camille foi vista com vida pela última vez no dia 5 de julho, quando saiu de casa para a suposta entrevista de emprego. Desde então, o caso era investigado pelo 31º DP (Ricardo de Albuquerque) como desaparecimento. Após a localização do corpo, o caso foi transferido para a Delegacia de Descoberta de Paradeiros.

Como o zelador e o ex-PM não tiveram as identidades divulgadas, não foi possível localizar suas defesas para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

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