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Detentos rendem policiais e tentam fugir de presídio no CE

Leonardo Alexander Ribeiro Herbas Camacho, sobrinho de Marcola Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

03/08/2024 22h46Atualizada em 04/08/2024 13h39

Detentos renderam policiais penais e tentaram realizar uma fuga em massa da Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga2), no município de Itaitinga, na região metropolitana de Fortaleza, na noite deste sábado (3).

A unidade faz parte do complexo onde está preso Leonardo Alexander Ribeiro Herbas Camacho, 26, sobrinho de Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital).

O que aconteceu

Reportagem do UOL apurou que ocorrência começou por volta das 19h20. Um policial penal foi rendido e levou um mata-leão ao tentar trancar um detento em uma cela no piso superior da unidade. O agente foi amordaçado, algemado e ameaçado pelos presos com "cossocos" (armas artesanais). Ele era o único escalado para a atividade devido ao baixo efetivo de policiais penais no local.

Durante a ação, mais de uma dezena de presos rendeu outros dois policiais penais. O grupo pegou armas e coletes da unidade, que abriga presos provisórios, ou seja, que ainda não foram condenados pela Justiça. Ela também é conhecida como CPPL (Casa de Privação Provisória de Liberdade) 2.

Internos também atiraram contra policiais penais enquanto tentavam pular o muro da penitenciária. Os agentes revidaram, segundo o informações do Sindppen-CE (Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará) ao UOL. Um detento foi baleado e levado ao hospital para fazer exame de corpo de delito. Não há informações sobre seu estado de saúde.

A situação foi controlada por volta das 22h. Após tiroteio, os policiais que estavam reféns foram soltos e os demais agentes penais da unidade, com o apoio de outros policiais penais do sistema, retomaram o controle da unidade. O governo do estado disse que nenhum detento conseguiu deixar o complexo.

Sindicato denuncia baixo efetivo de policiais penais no sistema penitenciário do estado. "O baixo efetivo gera insegurança dentro das unidades prisionais e nada tem sido feito até o momento. É uma tragédia já anunciada", acrescentou Lins.

A UP-Itaitinga2 foi fechada para balanço dos presos após a fuga deste sábado. Áudio obtido pelo UOL sugere que os detentos que continuam na unidade devem ser transferidos para outros presídios no estado.

Sobrinho de Marcola está na unidade de segurança máxima

A ala de segurança máxima fica no mesmo complexo da unidade onde ocorreram as fugas. Leonardo Alexander Ribeiro Herbas Camacho, 26, sobrinho de Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital), está preso no local.

Leonardo foi detido por agentes da Polícia Federal em 24 de abril deste ano, em um condomínio de luxo na cidade de Itajaí, em Santa Catarina. O filho de Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, 52, também integrante da cúpula do PCC, foi recolhido a uma unidade prisional de SC antes de ser transferido para o Ceará.

Francisca Alves da Silva, 54, mulher de Alejandro, foi presa na mesma operação. Ela dormia em uma casa de alto padrão em um condomínio no Arujá, região metropolitana de São Paulo, quando os policiais federais entraram no imóvel e lhe deram voz de prisão.

Segundo a Polícia Federal, Leonardo é acusado de ter gerenciado, a partir de Santa Catarina, negócios ilícitos. As atividades criminosas seriam ligadas ao jogo do bicho, tráfico de drogas e de armas no estado do Ceará. Ele já é apontado pela PF como um dos novos líderes do PCC.

Marcola e o irmão estão confinados em pavilhões separados na Penitenciária Federal de Brasília. Segundo o colunista do UOL Josmar Jozino, fontes ligadas ao sistema prisional disseram que ambos ficaram desolados quando foram informados sobre as prisões de Leonardo e de Francisca.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Leonardo e Francisca, mas o espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado caso haja um posicionamento dos defensores dos suspeitos.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado nesta matéria no dia 3/8/24, a fuga dos detentos não foi consumada. Segundo o governo do Ceará, os presos foram contidos antes de escapar do complexo do presídio. O texto foi corrigido.

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