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'Perdi minha melhor amiga', diz irmã de vítima do acidente em Vinhedo

Da esquerda pra direita : Denilda, morta no acidente, a filha e neta Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Patrícia Calderón

Colaboração para o UOL

10/08/2024 11h42Atualizada em 11/08/2024 13h01

"Perdi minha melhor amiga, desabafa Inês Zanolla Pavanelli, 60, irmã de Denilda Acordi, 71. A aposentada é uma das 62 vítimas do acidente aéreo da sexta-feira (09), em Vinhedo, interior de São Paulo. Denilda era viúva, deixa um filho, seis netos e era a mais velha de nove irmãos.

O que aconteceu

Inês confirmou que a irmã faria uma visita ao filho, netas e a mãe em Brasília. Ela estava no voo para Guarulhos para uma conexão. "Nossa mãe tem 93 anos e ainda não sabe da tragédia. Eu moro em Cascavel, Denilda morava em Três Barras, a 90 quilômetros de Cascavel".

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Ela visitava doentes nos hospitais, tinha uma vida simples, vivia para doar o seu tempo a quem mais precisava. Vou guardar pra sempre a última mensagem dela pelo WhatsApp antes de embarcar que diz: Inês obrigada pelo casaco, aqui tá frio mesmo. Eu vou com ele, não fico sem. Aí , depois , te devolvo. Obrigada" com um sinal de coração na sequência. Inês Zanolla Pavanelli, irmã da vítima

Inês diz ter muito orgulho do que Denilda fez em vida. "Está sendo muito difícil para todos nós. Essa minha irmã era a minha melhor amiga. Mulher extremamente zelosa, tenho muito orgulho do que ela representou para cada um de nós".

Horas antes do voo, Inês conta que a irmã passou na casa dela para pegar um casaco. "Ela passou em casa, pegou um casaco emprestado, me deu um abraço e foi para o aeroporto. Foi nossa despedida".

Reconhecimento pela arcada dentária

Alguns familiares já foram acionados para coleta de exames de DNA. "Minha sobrinha me ligou dizendo que iniciou a coleta de materiais genéticos, apresentação de documentações e exames de arcadas dentárias. Só assim será possível o reconhecimento de alguns corpos que estão muito carbonizados. Não sabemos, ainda, como está a situação da minha irmã. O processo de identificação pode levar meses", explicou Inês.

Neste primeiro momento estamos solicitando documentações de imagens odontológicas das vítimas, que é um processo mais rápido para identificação. É um método mais rápido, mais que o DNA. Mais de 20 famílias já estiveram aqui e forneceram o material. Tudo será encaminhado para o IML em São Paulo, daqui de Cascavel estamos dando apoio a polícia científica paulista. Perito da polícia científica

A Voepass disponibilizou dois voos para São Paulo a familiares que queiram reconhecer corpos no IML. "Nos disseram que neste primeiro momento vão tentar por arcada dentária. Pediram para que os parentes testados sejam de primeiro grau. Disseram que alguns corpos não foram carbonizados totalmente", confirmou a irmã de Denilda.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado em versão anterior deste texto, Denilda deixa três filhos, e não um. A informação foi corrigida.

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