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Idosa é despejada após filha vender cobertura milionária na Barra da Tijuca

Golden Green, na Barra da Tijuca; imóvel foi vendido por R$ 3 milhões Imagem: Golden Green/Divulgação

Daniele Dutra

Colaboração para o UOL, do Rio

06/09/2024 05h30

Uma idosa de 68 anos foi despejada de uma cobertura na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O imóvel de luxo de 470 metros quadrados fica no condomínio Golden Green e foi vendido pela filha da mulher por R$ 3 milhões.

O que aconteceu

A ordem de despejo foi dada na semana passada. O UOL teve acesso ao documento —o caso foi revelado pelo jornal O Globo.

O despejo ocorreu devido à venda do imóvel. A cobertura foi vendida pela filha em 2022 e o comprador entrou com uma ação para liberar o imóvel sob pena de multa diária —o mandado foi cumprido em 28 de agosto, quando a idosa precisou retirar seus bens em quatro caminhões.

A família se mudou para a cobertura em 1998, quando a filha tinha 9 anos de idade. A idosa e o marido, empresário do ramo alimentício, se divorciaram e, desde então, teve início uma disputa por pagamento de pensão. A cobertura estava no nome da empresa dele. Essa empresa atualmente pertence à filha, mas até 2020 pertencia a outros sócios.

A idosa afirma que o imóvel nunca pertenceu à filha de verdade, mas ao pai, seu ex-marido, que costumava abrir empresas e colocar imóveis em nomes de terceiros. "Tudo indica que a filha é apenas uma sócia 'laranja' e que o verdadeiro sócio é o pai, ex-marido que deve à idosa uma pensão atrasada desde 2017, em mais de R$ 4 milhões", diz Vanda Mesquita, advogada da mulher.

A defesa da idosa diz que ela não foi comunicada sobre a venda. "Não consta nos autos a comprovação de que a idosa tenha sido comunicada antes da venda desse imóvel", diz Vanda Mesquita.

A mulher tem outro filho que mora em Portugal e tenta prestar assistência à mãe a distância. Segundo a defesa da idosa, a relação com a filha era boa, até ela se afastar em 2022 e não procurar mais a mãe.

Após o despejo, a idosa passou mal na última sexta-feira (30) e foi hospitalizada. Segundo a defesa, ela teve uma infecção de ouvido.

Quando ela foi internada, o serviço social hospital solicitou o contato de um familiar para assinar a internação e ficar com a idosa. Passamos o contato da filha, enviamos mensagem via WhatsApp da própria mãe, mas ela visualizou e não respondeu, tampouco atendeu às ligações do serviço social. Conseguimos um contato de uma sobrinha que foi assinar a internação.
Vanda Mesquita, advogada da idosa

Ela teve alta médica na última segunda (2) e seus pertences foram levados para outros três endereços que pertencem à mulher: um no Recreio, bairro vizinho à Barra da Tijuca, e outros dois em Ramos, zona norte do Rio.

Defesa da filha diz que mãe não tem direito

A defesa da filha afirmou nos autos do processo que a idosa se negava a desocupar o imóvel e não teria direito à cobertura. "O fato de a ré se negar a desocupar o imóvel, sem qualquer causa justa que legitime esta posse, frise-se, já que não possui nenhum direito sobre o bem, configura verdadeira usurpação contra a propriedade, direito real maior, constituída do autor", disse o advogado Rodrigo Gamboa Longui.

O UOL procurou a defesa da filha para um novo posicionamento. O texto será atualizado se houver retorno. Também buscou a defesa do ex-marido e aguarda posicionamento.

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