Cinco ônibus são sequestrados e usados como barricadas no Rio
Um dia após nove ônibus serem usados como barricada na zona oeste do Rio de Janeiro, mais cinco coletivos foram sequestrados por criminosos na manhã desta quinta-feira (17) em diversas regiões da cidade. Passageiros e motoristas não se feriram.
O que aconteceu
Ônibus foram sequestrados nas regiões de Costa Barros, Muzema e Pavuna. As linhas que circulam pelas localidades estão sofrendo desvios de itinerário, informou a Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus do Rio.
As barricadas foram montadas em vias das zonas norte e oeste da capital. Dois ônibus foram sequestrados na Estrada do Itanhangá e outros dois coletivos foram tomados na Estrada de Botafogo. O quinto ônibus foi sequestrado em frente ao metrô da Pavuna.
Rio Ônibus diz que passageiros e motoristas não se feriram e que os veículos já foram recolhidos. Sindicato detalhou que os criminosos entraram nos coletivos, ameaçaram os ocupantes, pediram para que todos descessem e roubaram as chaves após posicionar os veículos como barricadas.
Quatro coletivos sequestrados pertencem a Rio Ônibus. São eles: B11505 - Linha 778 (Pavuna x Cascadura), B11507 - Linha 778 (Pavuna x Cascadura), C13137 - Linha 878 (Barra da Tijuca x Tanque) e C47825 - Linha 863 (Rio das Pedras x Barra da Tijuca). Já o quinto coletivo sequestrado na na Pavuna pertence à Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro.
Patrulhamento da Polícia Militar. Em nota, a corporação informou que policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) reforçam o patrulhamento nas comunidades Tijuquinha e Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro. Até o momento, não há registro de prisão ou apreensão. Segundo a PM, os dois ônibus que foram posicionados na Estrada do Itanhangá para obstruir a via, já foram retirados por policiais militares do 31ºBPM.
Nos últimos 12 meses já foram 136 veículos sequestrados. "A recorrência dos casos reiteram a necessidade de ações efetivas por parte das autoridades de segurança pública do Rio de Janeiro. É preciso, com urgência, garantir o direito de ir e vir do cidadão", lamentou em nota o sindicato.
É um verdadeiro absurdo que se repete quase todos os dias nos mesmos lugares e nenhuma providência é tomada. Mais uma vez, a Rio Ônibus repudia os atos criminosos que afetam tanto a vida da população e apela para que as autoridades tomem as devidas providências para garantir o direito básico de ir e vir da população carioca.
Paulo Valente, porta-voz da Rio Ônibus
Criminosos agem de forma semelhante. Paulo detalhou que eles rendem o motorista, mandam atravessar os ônibus e desaparecem com as chaves. "Isso acontece sempre. Então, é necessário que se procurem as chaves reservas nas garagens para levar até o local [do crime]. Mas tem que esperar que a polícia ofereça segurança para que os ônibus possam ser retirados. Em alguns casos, eles danificam os miolos de ignição do veículo, e por isso eles têm que ser rebocados para a garagem. Teve um ônibus que foi sequestrado dois dias seguidos na Vila Aliança, então no primeiro caso tinha chave reserva, no segundo dia, não", disse Valente à GloboNews, na quarta-feira (16).
Medidas para prevenir barricadas com ônibus. O porta-voz da Rio Ônibus destacou que é difícil prevenir casos como esse. "A alegação das autoridades de segurança é que são operações sigilosas e que não podem informar previamente para as empresas de ônibus [que vão realizar operações em determinadas áreas]. Não há uma garantia do sigilo da informação. O que a gente pede e entende é que deveria ter uma parte do contingente da polícia reservada para fazer a garantia de circulação dos ônibus".