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Aviões ficaram a 22 metros de bater em Congonhas em 2020, diz relatório

Projeção do Cenipa mostra que aeronaves ficaram a pouco mais de 20 metros de distância em Congonhas Imagem: Cenipa

Do UOL, em São Paulo

02/11/2024 09h31Atualizada em 02/11/2024 15h20

Duas aeronaves ficaram a 21,7 metros de bater no aeroporto de Congonhas (SP), em dezembro 2020, em ocorrência classificada como "incidente grave" pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). A informação está em relatório publicado na terça-feira (29).

O que aconteceu

Aeronave que vinha do Rio recebeu autorização para pousar na mesma pista em que outro avião aguardava autorização para decolar para Salvador. Ao todo, 231 passageiros e 11 tripulantes estavam nos voos, que viajavam em 3 de dezembro de 2020. Ninguém ficou ferido.

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Piloto do avião que estava prestes a pousar avisou o controlador de que havia outra aeronave na pista. O alerta veio do ERJ-195, da Azul. O outro avião eram um Boeing, da GOL.

Aeronaves chegaram a ficar a apenas 21,7 metros de distância vertical uma da outra — menos do dobro da altura do avião que estava solo. O Boeing tem 12,5 metros de altura na parte traseira, justamente o ponto por onde a parte dianteira da outra aeronave estava passando.

Avião estava a 225 km/h e tocaria o solo em seis segundos, quando iniciou procedimento para arremeter. A orientação para arremeter foi dada pela própria Torre de Controle de Congonhas, após o alerta dos pilotos.

Confirmando, tem uma aeronave na pista aí, controle?
14:42:23, piloto do avião que vinha do Rio, após receber autorização para pousar

Aborte, arremeta!
14:42:34, Torre de Controle de Congonhas

Arremetendo.
14:42:41, piloto do avião que vinha do Rio

Imagem de satélite mostra pistas de Congonhas e projeção do Cenipa mostra posições de aeronave durante ordem de pouso Imagem: Cenipa

Cenipa entendeu que "lapso de atenção" do controlador e falta de "varredura visual" da pista contribuíram para incidente. O controlador e o supervisor da operação foram afastados dos cargos e tiveram seus certificados de habilitação suspensos. O Cenipa não informou se eles tiveram autorização para voltar ao trabalho.

Controlador tinha 11 anos de experiência e disse que estava em bom momento profissional. Ao Cenipa, ele informou que o fluxo de trabalho era menor do que o comum no período, já que o mundo lidava com a pandemia da covid-19.

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