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'Maníaco sexual' é preso por abusar e ameaçar várias mulheres em Goiás

Suspeito foi descrito como maníaco sexual pela polícia Imagem: Divulgação/PCGO

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/11/2024 16h48

Um homem foi preso, na quarta-feira (6), sob suspeita de abusar sexualmente de várias mulheres, filmar os atos escondido e ameaçar as vítimas em Goiânia (GO).

O que aconteceu

Suspeito é descrito pela polícia como "maníaco sexual". Identificado como Plínio Veloso Naves de Barros, 37, ele foi preso pelos crimes de estupro, favorecimento da prostituição, falsa identidade e divulgação de cena de sexo. As informações são da Polícia Civil de Goiás.

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Plínio criava contas falsas nas redes sociais para atrair as vítimas, segundo a investigação. A polícia diz que o suspeito criou ao menos três perfis falsos no Instagram, que ele usava para se aproximar das mulheres ao se passar por sugar daddy —oferecendo dinheiro, presentes e emprego para conquistar a atenção e a confiança das vítimas. Em uma relação com um sugar daddy, o homem ajuda financeiramente a mulher e todas as trocas são consensuais, não forçadas.

As vítimas atraídas eram levadas para o apartamento de alto padrão do suspeito, localizado no Setor Bueno, em Goiânia. No local, o homem mantinha relações sexuais e/ou atos libidinosos com elas. Em muitos casos, diz a polícia, ele filmava as relações sexuais sem consentimento.

Plínio usava as gravações para ameaçar as vítimas. De acordo com a PCGO, quando as mulheres queriam "largar o esquema, passavam a ser ameaçadas de forma velada pelo suspeito para continuarem tendo relação sexual com ele".

Até mesmo as mulheres que na abordagem não aceitavam participar do esquema eram ameaçadas. Uma das vítimas que registrou boletim de ocorrência relatou que "foi submetida a praticar atos libidinosos com Plínio mais de 30 vezes" entre os meses de julho e outubro de 2024.

Essa vítima contou que era ameaçada de forma recorrente para ser forçada a se relacionar com ele. Em depoimento, a mulher relatou que quando queria interromper os abusos, o suspeito "ameaçava fazer algo com seu filho, revelar suas fotos íntimas e contar tudo para sua família e amigos de trabalho". As ameaças deixaram a vítima "aterrorizada e psicologicamente abalada", segundo a polícia.

Suspeito já tem passagem pela polícia pelo crime de estupro. Ele foi detido e encaminhado ao sistema prisional do estado. Na residência dele, os investigadores apreenderam computador e documentos.

Foto de Plínio foi divulgada pela polícia para que outras possíveis vítimas possam se manifestar e registrar denúncia. O caso é investigado pela Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher.

O UOL entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Goiás para questionar se Plínio passou por audiência de custódia e aguarda retorno. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

Como denunciar violência sexual

No Brasil, todo ato sexual sem consentimento é crime. Toques sem permissão, passadas de mão, encoxadas, tentativas de beijo forçado e também casos em que há masturbação ou ejaculação diante da vítima são considerados importunação sexual.

A lei, em vigor desde setembro de 2018, define como crime qualquer ato libidinoso praticado contra alguém e sem a sua anuência. A pena é de 1 a 5 anos de reclusão.

A diferença com relação ao estupro é que, neste, há violência ou grave ameaça. E é considerado estupro de vulnerável — crime ainda mais grave — todo ato libidinoso com menores de 14 anos ou com quem, "por enfermidade ou deficiência mental, não tem o discernimento para a prática do ato, ou não pode oferecer resistência". No assédio sexual, é preciso haver relação hierárquica.

Caso a vítima tenha sofrido violência sem ferimentos graves, ela pode recorrer imediatamente à Delegacia da Mulher, se existir essa unidade em seu município, ou à delegacia de Polícia Civil, para registrar o boletim de ocorrência.

É indicado reunir testemunhas e apontar eventuais câmeras de segurança, se houver. Mas, como muitas vezes o crime não fica registrado e nem é visto por mais ninguém, a palavra da vítima é considerada suficiente para fazer o registro.

Disque 190

Deve ser acionado em caso de flagrante ou em que a situação de violência esteja ocorrendo naquele momento.

Disque 180

A Central de Atendimento à Mulher funciona 24 horas. A ligação é gratuita, anônima e disponível em todo o país.

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