Herdeira do jogo do bicho é denunciada por lavagem de dinheiro no RJ
Tamara Harrouche Garcia Lopes, uma das herdeiras do jogo do bicho no Rio de Janeiro, foi denunciada hoje pelo MP por lavagem de dinheiro.
O que aconteceu
Tamara foi denunciada por receber ilegalmente R$ 70 mil por mês pelo aluguel da chamada "casa de vidro" a um jogador de futebol, diz o MP. O imóvel de luxo, que fica na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, está sequestrado judicialmente por ter sido adquirido com recursos de atividades criminosas, de acordo com a denúncia. E, por isso, não poderia ser alugado.
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Imóvel de luxo foi alugado entre setembro de 2023 e março deste ano, indica a Promotoria. A casa pertence a Tamara e ao seu ex-marido, o contraventor Bernardo Mello, que está foragido da Justiça. A identidade do jogador de futebol que alugou o imóvel não foi revelada pelo MP.
Pagamentos foram feitos em espécie e em locais públicos. O MP alega que a justificativa de Tamara para receber dinheiro em espécie seria o bloqueio de suas contas bancárias devido a processos de inventário. O UOL não localizou os representantes legais de Tamara. O espaço está aberto a manifestações.
A 1ª Vara Criminal Especializada em Crime Organizado determinou que Tamara compareça quinzenalmente à Justiça. O órgão também proibiu a saída dela do estado do Rio de Janeiro por mais de 15 dias sem autorização judicial e vedou contato com testemunhas do processo.
Suspeita de tramar morte de irmã gêmea
Tamara é filha do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, morto em 2004. Segundo a Polícia Civil, uma disputa por uma fortuna de R$ 25 milhões da contravenção motivou uma tentativa de assassinato contra Shanna Harrouche Garcia Lopes, irmã gêmea de Tamara, baleada em outubro de 2019 em frente a um shopping na zona oeste do Rio.
As gêmeas Shanna e Tamara cortaram relações em meio a desavenças relacionadas à gestão do patrimônio deixado por Maninho. Shanna já foi a encarregada de administrar os bens da família. Mas chegou a ser acusada pelos próprios irmãos, que alegaram que ela estava se desfazendo de propriedades sem autorização judicial.
Tamara também exerceu a função. Mas a Justiça acatou um pedido feito por Shanna. Ela alegou que o processo de partilha de bens estava mais lento do que o previsto. Com isso, um advogado acabou sendo designado para assumir essa missão.