Presidente da UPBus é preso pela Rota por suspeita de elo com PCC
Ubiratan Antônio da Cunha, presidente afastado da empresa de transporte UPBus, foi preso na manhã desta sexta-feira (20) por suspeita de lavagem de dinheiro e organização criminosa devido ao elo com o PCC.
O que aconteceu
Suspeito foi preso pela Rota no Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Ele foi abordado pela PM em uma ação em conjunto com o Ministério Público ao lado de um estacionamento quando se deslocava para uma consulta ortopédica. O UOL não localizou a defesa dele para que se manifestasse sobre a prisão. Assim que houver posicionamento, ele será incluído nesta reportagem.
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Justiça autorizou quebra de sigilo telefônico em celular apreendido com Ubiratan. "Autorizo a pesquisa nas informações existentes na memória dos aparelhos eletrônicos eventualmente apreendidos", escreveu o juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, da 1ª Vara de crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.
Presidente afastado da UPBus foi um dos principais alvos da Operação Fim da Linha. A ação, deflagrada em abril deste ano, investiga suposta atuação das empresas UPBus e Transwolff na lavagem de dinheiro para o PCC. Preso em julho após investigadores apreenderem 23 armas de fogo dele, Ubiratan conseguiu autorização para deixar a prisão no mês seguinte e permanecer em regime domiciliar.
Operação Fim da Linha
A operação mirou empresários da UPBus e TransWolff. Segundo o MP, as "organizações criminosas" lavam dinheiro do tráfico de drogas, roubos e outros ilícitos.
A Justiça determinou bloqueio de mais de R$ 600 milhões em patrimônio. Em um dos imóveis, os agentes encontraram fuzis, dinheiro e joias. 41 alvos são da cidade de São Paulo e os demais são de Barueri, Cotia, Guarujá, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itaquaquecetuba, Itu, Mauá, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo e São José dos Campos.
A Receita Federal identificou a utilização de diversos esquemas tributários para lavagem de dinheiro do crime organizado. Mesmo em anos em que registravam prejuízos, as empresas alvo da operação distribuíam ganhos milionários a seus sócios, segundo a Receita.
A Receita Federal já identificou também que ao menos R$ 25 milhões em débitos de tributos federais foram objeto de compensações tributárias fraudulentas realizadas por uma das empresas. Após as compensações, a empresa conseguia obter Certidões Negativas de Débitos, documento indispensável para participar de licitações, prejudicando assim o caráter competitivo dos certames em que participava.
Nota da Receita Federal
A UPBus e Transwolff transportam quase 700 mil passageiros por dia na zona leste e sul de São Paulo. Somente em 2023, a TW arrecadou quase R$ 748 milhões com o transporte de passageiros. Já a UPBus arrecadou mais de R$ 80 milhões. Os números constam em relatório do Ministério Público de São Paulo, obtido pelo UOL.