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Greve de trem na quarta-feira (26): o que se sabe sobre paralisação na CPTM

Divulgação/Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo Divulgação/Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo
Imagem: Divulgação/Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

25/03/2025 18h06Atualizada em 25/03/2025 22h10

Os ferroviários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram que não fazer a paralisação prevista para começar à 0h de quarta-feira (26). A paralisação é um protesto contra as propostas de privatização do governo estadual.

O que aconteceu

Decisão sobre paralisação foi confirmada em assembleia na noite de hoje. Uma reunião com ferroviários da CPTM ocorreu às 20h de hoje, quando foi votada uma cláusula de paz, com manifestação pacífica dos trabalhadores das 0h de quarta até sexta-feira (28).

Os ferroviários fizeram um ato público na manhã de hoje na frente da bolsa de valores de São Paulo. A reuniu cerca de 100 pessoas e faz parte das movimentações dos ferroviários contra a privatização de três linhas da companhia. O governo de São Paulo projeta o leilão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Estão previstos investimentos de R$ 14,3 bilhões ao longo de 25 anos de concessão.

"Empresas executam lucro, mas não retornam em investimentos à população", diz representante de sindicado. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, que representa as bases das linhas 11, 12 e 13 da CPTM, Fernando Ricardo Santos da Costa, avalia que, enquanto a companhia pública investiu em trens, reformas e capacitação de funcionários ao longo dos últimos 30 anos, usuários de linhas privatizadas nos últimos anos sofreram com corte de gastos e pouco conhecimento técnico das equipes contratadas pelo setor privado.

Dirigente cita casos de lentidão e maior espera por trens em linhas privatizadas. "Hoje, na linha 9, por exemplo, operada pela ViaMobilidade, vemos frequentes reclamações de lentidão e que os intervalos de espera entre um trem e outro é muito maior do que era antes da privatização", diz Costa. Ele atribui os atrasos à "falta de experiência dos profissionais que estão lá, de capacitação e treinamento de pessoas contratadas pelo setor privado, e de investimento em profissionais com experiência e conhecimento apurado". E acrescenta: "Como qualquer empresa privada, o objetivo final será o lucro, não o serviço".

Se realizada, a greve interromperia o atendimento nas linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Mais de 4,6 milhões de pessoas residem nas regiões atendidas pelas três linhas. As linhas a serem leiloadas conectam a região central da capital paulista à zona leste e cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos.

O UOL procurou o governo de São Paulo por um posicionamento. O texto será atualizado em caso de resposta.


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