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Cesgranrio afasta representante no Ceará por causa de pré-teste do Enem que vazou

Do UOL, em São Paulo

18/01/2012 20h26Atualizada em 18/01/2012 20h26

A Fundação Cesgranrio, que faz parte do consórcio que aplica o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), decidiu afastar um representante do órgão no Ceará enquanto durarem as investigações sobre o vazamento do pré-teste a alunos do Colégio Christus, de Fortaleza. Os alunos tiveram acesso antecipado a itens que caíram na prova do ano passado.

A decisão, anunciada nesta quarta-feira (18), foi tomada após a Polícia Federal concluir que a Cesgranrio terceirizou a aplicação do pré-teste em Fortaleza. A assessoria de imprensa da fundação afirmou ao UOL que o profissional "não será mais utilizado" até o fim da apuração pelas "autoridades competentes".

Indiciamento

Ontem (17), a Polícia Federal indiciou duas pessoas por causa do vazamento: um professor e um funcionário que aplicou as provas no Christus.

O órgão não confirmou o nome do professor, tampouco o do funcionário. Os 1.139 alunos do colégio e do cursinho tiveram os itens anulados. Eles tiveram acesso antecipado a questões do Enem por meio de uma apostila distribuída pela escola semanas antes da aplicação do exame. Elas vazaram na fase de pré-testes da prova, da qual estudantes do Christus participaram em outubro de 2010.

Em nota, o Colégio Christus afirma que "confia na honestidade e na lisura de seus funcionários e aguardará, considerando que as notícias expressam apenas a opinião da autoridade investigadora, uma posição equilibrada e isenta do Ministério Público Federal a respeito dos fatos relacionados ao Enem 2011, de modo que, ao final, prevaleçam a verdade e a Justiça."

Entenda o caso

Logo após o Enem 2011, que aconteceu no final de semana de 22 e 23 de outubro, alunos de Fortaleza começaram a comentar pelas redes sociais que teriam tido acesso a questões que caíram na prova por meio de material didático do Colégio Christus, uma instituição de elite da capital cearense.

Na quinta-feira, 27 de outubro, o MEC admitiu que as 14 questões que circulavam pela internet haviam vazado de um dos pré-testes realizados no ano passado. Por causa da metodologia do Enem, a TRI (Teoria de Resposta ao Item), as perguntas que vão aparecer na prova precisam ser respondidas por milhares de estudantes de diferentes escolas, classificadas de modo geral em fracas, medianas e de elite.

Nessa mesma quinta-feira, o procurador da República no Ceará Oscar Costa Filho entrou com uma ação judicial para que o MEC anulasse todo o Enem 2011 ou, pelo menos, as treze questões disponibilizadas aos alunos do colégio Christus antes das provas.

Na semana seguinte, no dia 31 de outubro, a Justiça Federal no Ceará anulou 13 questões do Enem 2011. Na decisão, o juiz Luís Praxedes Vieira da Silva mandou o Inep desconsiderar esses itens na hora da correção. O TRF5 a derrubou dias depois. (Com informações da Agência Brasil)