PSB oficializa candidatura de Tabata Amaral à Prefeitura de São Paulo
Mais jovem —30 anos— e única mulher entre os candidatos com mais intenção de voto em São Paulo, Tabata Amaral (PSB) teve a candidatura oficializada por unanimidade pelo partido na quadra da escola de samba Rosas de Ouro, zona norte de São Paulo. A prefeiturável ainda não discursou.
O que aconteceu
O PSB homologou a candidatura de Tabata Amaral e 56 vereadores pelo partido. A deputada ainda não tem vice confirmado e deve anunciar um nome até o dia 5 de agosto.
Tabata aparece numericamente em quinto lugar, com 7% das intenções de votos, segundo a mais recente pesquisa Datafolha. Ela está atrás de Nunes (MDB), atual prefeito, com 24%, e Boulos (PSOL), com 23%, e empatada tecnicamente com Datena, do PSDB (11%), Marçal, do PRTB (10%) e Marina Helena, do Novo (5%). A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
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Ela também continua em negociações com o PSDB. Os dois partidos haviam firmado acordo de que os tucanos indicariam o vice para formar uma chapa pela prefeitura paulistana. Tabata pediu que o jornalista José Luiz Datena deixasse o PSB e afiliasse ao PSDB durante a negociação, mas a mudança de sigla levou o apresentador a homologar a própria candidatura à prefeitura pelo PSDB.
Ela é o principal nome do PSB. Segundo o presidente nacional do partido, Márcio França, Tabata vai receber a maior parte dos recursos do partido para sua campanha em São Paulo. "Ainda não sabemos quanto, nosso partido é menor do que os outros na disputa, mas nossos recursos serão dela, é a principal candidatura do PSB no país", afirmou. "E nunca vi alguém engajar tantas doações de campanha em pessoa física, ela é um fenômeno e com certeza, não faltarão recursos."
Lideranças do partido marcaram presença. Estiveram presentes no lançamento da candidatura o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; o presidente nacional do partido, Márcio França, ao lado da professora Lúcia Franca; o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; o prefeito de Recife, João Campos e o deputado federal, Pedro Campos.
A história da Tabata é a história de São Paulo. O outro lado não quer escolas, uma proposta racista, baseada na segregação dos EUA, que tinha escolas diferentes para brancos e negros. Nós queremos todas as crianças na escola. Vamos dar todo o apoio para Tabata, São Paulo vai ter a melhor prefeita. Chegou o tempo das mulheres. Geraldo Alckmin, vice-presidenre da República
Quem é Tabata Amaral
Ela é da Vila Missionária, bairro periférico do extremo-sul de São Paulo. Tabata ganhou visibilidade nacional por acumular premiações em competições científicas. Em 2006, ela recebeu uma medalha de outro na OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) e nos anos seguintes representou o Brasil em olimpíadas internacionais de química, astrofísica e astronomia.
Sua principal pauta é a educação. Tabata estudou ciência política e astrofísica na Universidade de Harvard. Desde quando foi aprovada na universidade, em 2012, a jovem desenvolveu pesquisas e se envolveu no ativismo pela educação. Ela é uma das fundadoras dos movimentos "Mapa Educação" e "Acredito" para acompanhar a maneira como a educação é debatida na agenda política. Além disso, Tabata desenvolveu em Harvard um estudo sobre a interferência política na educação do Brasil, e propôs reforma no modelo de acesso à educação brasileira.
Foi eleita deputada federal em 2018 pelo PDT. Foi a sexta candidata mais votada no estado de São Paulo. No Congresso, ela é membro titular da Comissão de Educação e da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Ela se recusa a ser associada à esquerda ou à direita brasileira. "Os extremos não ajudam a nossa atuação."
Em 2019, Tabata se posicionou contra a atuação do então ministro da Educação Ricardo Vélez, durante a gestão bolsonarista. Ela afirmou que Vélez não conseguia gerir a pasta e não "conhecia o mínimo", a crítica teve como desdobramento a saída de Vélez do cargo.
Em 2021 mudou de partido e, em 2022, foi reeleita pelo PSB. Tabata Amaral saiu do PDT em 2021, ela já havia sido ameaçada de expulsão do partido em 2019, quando votou a favor da reforma da Previdência, mesmo após a sigla se posicionar contra a proposta.
Ela entrou em embate político com Ciro Gomes, uma das lideranças do partido e teve a candidatura suspensa. Após desavenças no partido, ela deixou a sigla em 2021, após o TSE reconhecer que a discriminação do partido com a parlamentar era justa causa para desfiliação.