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Marçal admite que propostas são inviáveis em 4 anos e deixa 2026 em aberto

Do UOL, em São Paulo e colaboração para o UOL*

04/09/2024 12h05Atualizada em 04/09/2024 15h54

Em sabatina do UOL com a Folha de S. Paulo, o candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) admitiu que suas propostas para a cidade não devem ser cumpridas em quatro anos. Ele também não descarta deixar o cargo, caso seja eleito, em 2026 para disputar Presidência da República.

O que aconteceu

"Se Lula morre, porque ninguém dura para sempre, eu viro candidato a presidente", disse Marçal. Na segunda-feira, no programa Roda Viva, da TV Cultura, o candidato disse que é difícil vencer Lula. Já na sabatina UOL/Folha, o empresário afirmou que Jair Bolsonaro (PL) estará inelegível e o governador Tarcísio de Freitas não vai "dar conta" de disputar a Presidência por apoiar Ricardo Nunes (MDB). "Eu quero servir o Brasil. Só nessa hipótese [me candidato]", disse.

O empresário respondeu que não entraria em "guerra" com o STF (Supremo Tribunal Federal) sobre apoiar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. "Quero que todo mundo entenda que não dá para entrar em 300 guerras ao mesmo tempo", disse. Marçal justificou que seu partido, o PRTB, é "frágil" e "qualquer coisinha" pode derrubar a legenda.

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O ex-coach tratou parte das suas próprias propostas como "sonhos" e reforçou discurso de mudança de "mentalidade" para resolver problemas da cidade. A sabatina foi conduzida por Fabíola Cidral, com participação da colunista do UOL Raquel Landim, do UOL, e do editor da Folha Fábio Haddad.

Marçal foi o primeiro entrevistado pelo UOL e a Folha de S. Paulo nas sabatinas que vão discutir temas que preocupam os eleitores da cidade. O candidato respondeu perguntas sobre educação, saúde, segurança, zeladoria e conjuntura política.

Segurança

Marçal reconheceu que sua promessa de triplicar o contingente da Guarda Civil Metropolitana na cidade "não dá para fazer em quatro anos". Em um primeiro momento, o candidato respondeu que a proposta custaria R$ 100 milhões. Confrontado com os números — só a folha de pagamento é de R$ 700 milhões — o candidato recuou. Falou que era um sonho. E que seria iniciado na sua gestão. "Plano de governo não são sonhos", rebateu Raquel Landim, colunista do UOL.

Empresário disse que vai começar plano de combate a roubos e furtos a partir de Pinheiros, bairro nobre de São Paulo. Para isso, diz que vai usar câmeras, mas não só. Gerar emprego, diz Marçal, é mais eficiente do que espalhar câmeras pela cidade. "Quando a pessoa vê isso [câmeras pela cidade] ela fala 'vamos ter que arrumar um emprego (...), que é isso que diminui a criminalidade, mais que as câmeras", disse.

Habitação

O candidato também propôs mutirão para que os próprios moradores construam casas. Ele também afirmou que a prefeitura tem imóvel "suficiente para fazer permuta, para fazer as casas de apoio, para trocar em áreas que hoje estão embargadas" — proposta semelhante à de Guilherme Boulos (PSOL), opositor de Marçal, que pretende dar uso público a imóveis vazios da prefeitura.

Marçal disse que "tem que mudar a lei, o plano diretor" para construir o prédio de um quilômetro de altura. "Esse é um presente para o povo. Por quê? Disrupção da construção civil, geração de emprego absurda. Esse prédio eu quero que seja na zona sul, no meio da periferia, para valorizar sua área, o terreno onde você mora", afirmou.

O projeto custaria mais de R$ 1 bilhão e seria pago com recursos privados, segundo o candidato, que não respondeu quem poderiam ser os interessados. "Quero criar um símbolo para aumentar o turismo, criar a disrupção da construção civil, aumentar emprego."

Educação

Marçal disse que vai implementar disciplinas de inteligência socioemocional, "empresarização" e educação financeira na rede municipal de ensino. "Nós nos tornaremos uma nação empreendedora a partir de São Paulo. São Paulo tem dois milhões de CNPJs. O que a gente tem que fazer? A gente precisa ensinar empresarização desde pequeno para os paulistanos", afirmou o candidato.

A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) já prevê que as escolas desenvolvam habilidades socioemocionais, de educação financeira e empreendedora. O documento norteia o que os alunos devem aprender nas escolas brasileiras — as diretrizes devem orientar os currículos dos estados e municípios. Essas habilidades devem ser desenvolvidas de forma transversal.

Candidato defendeu ensino de "segurança sexual" nas escolas, não "erotização", sem explicar o que ele chama de "erotização". "Temos que falar sobre abuso, falar para essas crianças desde pequenas contar para o papai e a mamãe se tiver alguém com algum ato libidinoso. Temos que entrar nesses assuntos, mas não dá para erotizar criança", disse.

A BNCC já estabelece que segurança sexual, gravidez na adolescência, transmissão de doenças, respeito ao corpo e diversidade devem ser tratados nas escolas.

Saúde

Candidato do PRTB disse que aposta em parcerias com outros municípios e estados para acabar com a fila de exames no SUS. "A gente vai colocar hospitais provisórios", afirmou. A proposta de Marçal é parecida com a de João Doria (hoje sem partido), quando criou o Corujão da Saúde, que fazia parceria com a rede privada. O programa, entretanto, criou novas filas.

Ele também defendeu a unificação dos prontuários. "Todo mundo tem praticamente um vizinho, ou alguém tem um celular na mão, a gente tem que usar a tecnologia para isso", explicou.

O que mais disse Marçal

O problema é que todo mundo quer fazer em quatro anos, vai embora e o outro larga. A gente só tem política eleitoreira. [...] Não dá para resolver nenhum plano de governo dentro de quatro anos.

Hoje tem três coisas que os meninos da favela querem fazer: ser jogador de futebol e se não tiver o talento já desanima, ele quer ser MC, quer cantar, ou ele quer ser do crime. Por que eles querem essas três coisas? Porque os três apontam para a prosperidade.

Você não pode proibir a pessoa de ter uma renda alternativa, senão ela é um desempregado profissional. Então, você tem milhares de pessoas na situação de desempregado profissional. [...] O desempregado profissional ele precisa de saber que ele pode crescer.

Assista à sabatina na íntegra:

Sabatinas UOL/Folha

O UOL e o jornal Folha de S.Paulo promovem sabatinas com todos os candidatos à Prefeitura de São Paulo para discutir temas que preocupam os eleitores da cidade. Pablo Marçal (PRTB) é o primeiro entrevistado. Veja a programação:

  • Pablo Marçal (PRTB): quarta-feira (4);
  • Tabata Amaral (PSB): quinta-feira (5), às 10h;
  • Ricardo Nunes (MDB): sexta-feira (6), às 15h.
  • Guilherme Boulos (PSOL): na segunda-feira (9), às 10h30;
  • Altino Prazeres (PSTU): terça-feira (10), às 9h;
  • Ricardo Senese (UP): quarta-feira (11), às 9h;
  • João Pimenta (PCO): quinta-feira (12), às 9h;
  • José Luiz Datena (PSDB): sexta-feira (13), às 10h;
  • Bebeto Haddad (DC): na segunda-feira (16), às 9h;
  • Marina Helena (Novo): quarta-feira (18), às 9h.

*Participam desta cobertura:
Ana Paula Bimbati, Anna Satie, Fabíola Perez e Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, em São Paulo, e Caio Santana, em colaboração para o UOL.

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