Com rejeição alta, Marçal muda postura, pede perdão e é ignorado por rivais
Do UOL, em São Paulo
20/09/2024 11h58Atualizada em 20/09/2024 18h30
Pablo Marçal (PRTB) foi isolado pelos demais candidatos à Prefeitura de São Paulo no início do debate promovido hoje (20) pelo SBT. O coach só falou após 23 minutos. Com rejeição em alta, Marçal pediu perdão aos eleitores e prometeu nova "postura de governante".
O que aconteceu
Marçal foi ignorado nas quatro primeiras dobradinhas de pergunta e resposta entre candidatos. A ordem de quem iria fazer as perguntas foi definida em sorteio. Quem perguntava poderia escolher quem deveria responder. Os quatro primeiros não escolheram Marçal, que acabou isolado.
Na quinta dobradinha, aos 26 minutos, Tabata Amaral (PSB) escolheu Marçal para responder a uma pergunta sobre educação. O debate teve início com Guilherme Boulos (PSOL) questionando José Luiz Datena (PSDB). Na sequência, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) questionou Boulos. Depois, Marina Helena (Novo) escolheu Nunes para responder. Datena questionou Tabata Amaral.
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Marçal usou o tempo de resposta para pedir "perdão" aos eleitores, em referência ao seu comportamento agressivo nos debates anteriores. O coach protagonizou os principais confrontos em debates até agora. Na TV Cultura, em 15 de setembro, citou uma expressão usada para estupradores ao falar com Datena e disse que ele era "arregão". Em seguida, foi agredido pelo apresentador com uma cadeirada. Dois dias depois, no debate RedeTV!UOL, discutiu aos berros com Nunes, dizendo que iria mandar o prefeito para a cadeia se fosse eleito.
Marçal disse que mostrou sua "pior versão" nos debates realizados anteriormente e prometeu "nova postura de governante". "As pessoas querem saber a sua pior versão e a sua melhor. A minha pior eu já mostrei nos debates, a partir de agora você vai ver alguém que tem postura de governante".
Mas, no final do debate, Marçal retomou tom de confronto e voltou a chamar Nunes de "Tchutchuca do PCC". O prefeito ganhou direito de resposta.
"Pablo Marçal é como o jogo do tigrinho", criticou Tabata. A candidata acusou o coach de anunciar "promessas fáceis, que podem até atrair quem está desiludido, mas que lascam com a vida das pessoas".
Ao final do debate, Marçal disse que Tabata foi "corajosa" e "guerreira" por ser a única a fazer pergunta para ele. "Nunes tem capacidade de fazer pergunta pro Boulos, mas não teve coragem de fazer pergunta para mim", falou.
A última pesquisa Datafolha mostrou que a rejeição a Marçal oscilou 3 pontos pra cima depois dos últimos debates, atingindo 47%. Isso significa que praticamente metade dos eleitores dizem que não votam no coach de jeito nenhum. Há uma semana, a rejeição de Marçal era de 44%. Há seis semanas, de 30%.
O candidato também aparece estagnado na pesquisa Datafolha, com 19%. É o mesmo percentual que tinha uma semana antes, de acordo com o Datafolha. Está atrás de Nunes (27%) e Boulos (26%).
Aproveitando essa oportunidade, eu quero pedir perdão pra todo eleitor paulistano, que minha tentativa até o último debate foi expor o caráter de cada um.
As pessoas querem saber a sua pior versão e a sua melhor. A minha pior eu já mostrei nos debates. A partir de agora você vai ver alguém que tem postura de governante, que de fato gerou riqueza, que gerou mais empregos, que de fato é o único candidato que pode tirar você dessa miséria.
Pablo Marçal (PRTB), no debate do SBT
Pablo Marçal é como o jogo do tigrinho, promessas fáceis que podem até atrair quem está desiludido, mas que lascam com a vida da maioria das pessoas.
Tabata Amaral (PSB), no debate do SBT
* Participaram desta cobertura Ana Paula Bimbati, Anna Satie, Bruno Luiz, Caíque Alencar, Fabíola Perez, Rafael Neves, Saulo Pereira Guimarães e Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, e Letícia Polydoro, colaboração para o UOL