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Com só 2 candidatos no 2º turno, PT frustra retomada de poder no ABC

Lula vota em São Bernardo do Campo acompanhado do candidato de São Bernardo, Luiz Fernando: mais um fracasso Imagem: ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em Brasília

06/10/2024 20h38Atualizada em 06/10/2024 23h52

O PT teve uma campanha frustrante no ABC paulista, seu berço político, com apenas dois segundos turnos e quatro derrotas.

O que aconteceu

O partido lançou seis candidatos nas sete cidades da região que circunda a capital paulista. Só segue na disputa em duas delas, Diadema e Mauá, que já controla. Em São Bernardo do Campo, berço político do presidente Lula (PT), o concorrente petista não foi para a frente.

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Na Grande São Paulo, as notícias não são mais animadoras. Apesar de ter escalado nomes de peso, o partido também já deixou a disputa nas cidades mais relevantes, como Guarulhos, maior colégio eleitoral depois da capital.

Dois segundos turnos

Dois prefeitos do partido na região foram ao segundo turno: Filippi Júnior, em Diadema, contra o engenheiro Taka Yamauchi (MDB), e Marcelo Oliveira, em Mauá, contra o ex-prefeito Atila Jacomussi (União Brasil).

Filippi ainda ficou na segunda colocação. Ele teve 45%, contra 47% de Yamauchi. Oliveira teve 45%, contra 35% de Jacomussi.

Apesar de os dois seguirem na disputa, o resultado tem sabor de derrota. As cidades já eram as duas únicas apostas do partido no ABC, e ficar atrás no primeiro turno, mesmo com o controle da máquina pública na mão, é um sinal que o PT paulista não esperava.

Mais uma derrota no berço de Lula

O partido perdeu nas outras cinco cidades e em outros municípios relevantes da Grande São Paulo. A expectativa já não era grande na maioria, mas não deixa de ser significativo para o partido não conseguir retomar o poder em seu reduto.

São Bernardo do Campo foi o pior. Retomar o berço político era questão de honra para o presidente, mas, segundo pessoas próximas, o próprio Lula, que foi no lançamento da campanha do deputado estadual Luiz Fernando (PT-SP), já havia começado, aos poucos, a entender que não ia dar certo.

Luiz Fernando nem foi ao segundo turno. A disputa agora está entre o ex-vice-prefeito Marcelo Lima (Podemos) e o deputado Alex Manente (Cidadania). O petista ficou em terceiro lugar, com 23%.

Não é uma surpresa, mas referenda a falta de manutenção do partido em um local tão forte. Petistas já admitem que a única liderança que sobrou na cidade é o ministro e ex-prefeito Luiz Marinho (PT), que foi derrotado no primeiro turno por Morando em 2020.

Nas outras, o prognóstico não foi melhor. Em Santo André, o ex-secretário de Saúde Gilvan Júnior (PSDB) foi eleito no primeiro turno com o apoio do prefeito Paulo Serra (PSDB). A ex-vereadora Bete Siraque (PT) ficou em segundo, com 15%.

Sem segundo turno, São Caetano do Sul elegeu um bolsonarista. Antigo reduto tucano, a cidade elegeu o vereador Tite Campanella (PL). O ex-deputado Jair Meneguelli (PT) ficou em quarto, com 4%.

Em Ribeirão Pires, a disputa ficou à direita. O prefeito Guto Volpi (PL) foi reeleito com 44,9%, seguido de perto pelo ex-vice-prefeito Gabriel Roncon (PP). O ex-vereador Renato Foresto (PT) ficou em terceiro. A cidade não tem segundo turno.

Em Rio Grande da Serra, a menor entre elas, o partido nem chegou a lançar candidato. Na cidade, o partido apoiou a candidata Maria da Penha (PSD), que acabou em terceiro.

Derrotas relevantes na Grande SP

Além do ABC, o partido queria também retomar força no entorno da capital —e apostou alto nisso. Para algumas cidades, lançou deputados federais e estaduais, lideranças no Congresso e na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), que não tiveram sucesso.

Em Guarulhos, segundo maior colégio do estado, o PT foi derrotado por um "dos seus". O ex-prefeito Elói Pietá (Solidariedade) foi ao segundo turno junto ao ex-vereador bolsonarista Lucas Sanches (PL). O deputado Alencar Santana (PT) ficou em quarto.

Pietá é fundador do PT e amigo de Lula. Ele queria concorrer mais uma vez à prefeitura, que comandou por dois mandatos (2001-2008), mas foi barrado pelo partido. O PT local argumentou que ele foi derrotado em 2012 e 2016, mas ele seguiu exigindo prévias. Sem consenso, deixou a legenda em janeiro de 2024.

Osasco também não engatou. O partido escolheu o ex-prefeito e deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP), também amigo de Lula, para tentar retomar a cidade, mas foi derrotado no primeiro turno.

A cidade elegeu o deputado estadual Gerson Pessoa (Podemos). Apoiado pelo prefeito Rogério Lins (Podemos), ele ficou com 75%. Emídio acabou em segundo, com 15%.

Em Campinas, maior colégio eleitoral do interior paulista, o partido também decepcionou. O deputado federal Pedro Tourinho (PT) era esperado no segundo turno, mas já foi derrotado pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos). Ele teve a candidatura cassada por abuso de poder econômico, mas recorreu e foi reeleito com 66% dos votos.

Em Santos, maior colégio do litoral paulista, foi para o lado oposto. A disputa está entre o prefeito Rogério Santos (Republicanos) e a deputada bolsonarista Rosana Valle (PL). A ex-prefeita Telma de Souza (PT) ficou em terceiro, com 13%.

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