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Como eram os currículos dos últimos embaixadores do Brasil nos EUA

15.jul.2019 - Deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sussurra no ouvido do pai, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), durante sessão solene na Câmara Imagem: GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/07/2019 11h01

Em resposta às críticas sobre a intenção de indicar o filho Eduardo à representação brasileira em Washington, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) criticou os últimos ocupantes do cargo, dizendo que embaixadores do Brasil nos Estados Unidos "não fizeram nada de bom de 2003 para cá".

No período, o Brasil teve seis diplomatas no cargo: um indicado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), três por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um por Dilma Rousseff (PT) e um por Michel Temer (MDB).

Cada um com experiências, visões de mundo e focos de relações internacionais diferentes, mas algo em comum - e ausente no currículo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL): carreira diplomática sólida quando assumiram a embaixada.

Um deles, ex-ministro de Dilma, chegou a ser nomeado pelo próprio Bolsonaro para a embaixada do Egito neste ano. Veja quem foram os representantes do Brasil nos Estados Unidos desde 2003.

Os últimos embaixadores do Brasil nos EUA

  • Imagem: Letícia Moreira/Folhapress
    Imagem: Letícia Moreira/Folhapress

    Rubens Barbosa (1999-2004)

    Único embaixador indicado por FHC, Barbosa ocupou diferentes cargos no governo e no Itamaraty, como a Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e a coordenação da Seção Brasileira do Grupo do Mercosul. Ingressou no Instituto Rio Branco em 1960 e tornou-se ministro de primeira classe, cargo mais alto da diplomacia brasileira, em 1985, quando foi chefe de gabinete do então ministro das Relações Exteriores, Olavo Setúbal. Antes de ir para Washington, foi embaixador do Brasil em Londres, no Reino Unido, por cinco anos (1994-1999). Na área acadêmica, Barbosa tem ainda mestrado pela LSE (London School of Economics and Political Science), em Londres. Hoje, é presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional (Gacint - USP).

  • Imagem: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
    Imagem: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

    Roberto Abdenur (2004-2007)

    Abdenur havia sido embaixador em outros quatro países quando foi para nomeado para assumir o cargo nos EUA. Formado em direito pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e também mestre em economia pela LSE, ingressou na carreira diplomática em 1964. Tornou-se ministro de primeira classe em 1983 e, dois anos depois, assumiu a embaixada do Brasil em Quito, no Equador. A carreira internacional deslanchou: em 1986, foi para Pequim, onde ficou três anos, e em 1993 voltou ao Brasil para ser secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores. Em 1995, foi para a Alemanha, na embaixada de Berlim, e, sete anos depois, assumiu a embaixada de Viena, na Áustria, até ser designado por Lula para os Estados Unidos em abril de 2004. Atualmente, Abdenur é presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e está aposentado da carreira diplomática.

  • Imagem: José Cruz/Agência Senado
    Imagem: José Cruz/Agência Senado

    Antonio Patriota (2007-2009)

    Segundo nome indicado por Lula, Patriota formou-se em filosofia pela Universidade de Genebra em 1975 e ingressou na carreira diplomática em 1978. Em 2003, tornou-se ministro de primeira classe depois te ter sido ministro-conselheiro da Missão Permanente em Genebra. Em 2004, tornou-se chefe de gabinete do então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e, em 2005, assumiu a Subsecretaria-Geral Política do ministério. Patriota substituiu Abdenur em Washington em 2007 e ocupou o cargo por dois anos. Foi também ministro da Relações Exteriores por dois anos e meio (2011-2013) durante o governo Dilma Rousseff. Em 2019, já no governo Bolsonaro, Patriota assumiu a embaixada do Brasil no Egito. Leia mais

  • Imagem: Alan Marques/ Folhapress
    Imagem: Alan Marques/ Folhapress

    Mauro Vieira (2010-2014)

    Última indicação de Lula, Vieira formou-se em direito pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e ingressou no Rio Branco em 1974. Com longa carreira no Itamaraty, foi promovido a ministro de primeira classe em dezembro de 1999 depois de quatro anos como ministro-conselheiro na embaixada brasileira em Paris. Ele também foi chefe de gabinete de Celso Amorim e, antes de ir para os Estados Unidos, ocupou por cerca de cinco anos (2004-2009) a embaixada do Brasil em Buenos Aires, uma das mais importantes do nosso corpo diplomático. Em Washington, ficou de 2010 a 2014, até ser escolhido por Dilma para assumir o Itamaraty. Vieira foi ministro de janeiro de 2014 a maio de 2016.

  • Imagem: Agência Brasil
    Imagem: Agência Brasil

    Luiz Alberto Figueiredo (2015-2016)

    Figueiredo foi o único embaixador nos Estados Unidos indicado por Dilma. Formado em Direito pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em 1977, ele ingressou no Instituto Rio Branco em 1979. Antes de ir para Washington, representou o Brasil em diversas missões internacionais, como na ONU, em Nova York, em Santiago (Chile), em Ottawa (Canadá) e na Unesco, em Paris. Também foi ministro das Relações Exteriores e representante permanente do Brasil na ONU entre 2013 e 2014.

  • Imagem: Igor Leal Pinto/Embaixada do Brasil em Washington
    Imagem: Igor Leal Pinto/Embaixada do Brasil em Washington

    Sérgio Silva do Amaral (2016-2019)

    Indicado por Michel Temer, Amaral é formado em Direito pela USP (Universidade de São Paulo) e pós-graduado em Ciência Política Universidade de Paris (Panthéon-Sorbonne). Entrou para o Rio Branco em 1971 e ocupou cargos em Paris, Bonn e Genebra, até se tornar ministro de primeira classe e assumir as embaixadas de Londres e Paris antes de Washington. Amaral também ocupou cargos políticos de grande repercussão. Durante o governo FHC, foi Secretário de Comunicação Social, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e presidente do BNDES. Atualmente, é sócio-diretor de uma empresa privada e membro do Conselho Diretor da WWF.

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