Após um ano da tragédia no Haiti, Dilma reafirma ajuda na reconstrução do país
Camila Campanerut
Do UOL Notícias<br>Em Brasília
12/01/2011 11h11Atualizada em 12/01/2011 11h38
Arraste a barra e veja a área da periferia de Porto Príncipe, antes e depois do terremoto
Rua em frente a um hospital em Porto Príncipe no dia do terremoto e, depois, no último dia 6
A presidente da República, Dilma Rousseff, enviou na manhã desta quarta-feira (12) uma mensagem ao governo haitiano reforçando o apoio brasileiro na reconstrução daquele país após um ano do terremoto.
Em 12 de janeiro do ano passado, um tremor de 7.3 graus na escala Richter atingiu a maior parte do Haiti, seguido por dois tremores secundários, de 5.9 e 5.5 graus. O resultado foi a morte de cerca de 220 mil pessoas e ainda outras 1,5 milhão ficaram desabrigadas. Entre as vítimas do terremoto, estavam a fundadora da Pastoral da Criança, a médica brasileira Zilda Arns e 18 militares brasileiros.
De acordo com o ministério da Defesa, as famílias dos militares receberam no ano passado uma indenização de R$ 500 mil cada. Os filhos dos 18 militares mortos recebem, cada um, desde então, uma Bolsa Educação no valor de R$ 510 até a maioridade.
"Reafirmo nossa determinação de ajudar na reconstrução desse país, cujo povo não se rende diante das adversidades e tem dado provas de grande coragem e vontade de viver. O Brasil e a Minustah vão perseverar, pois sabemos que os haitianos não desistirão”, disse a presidente em comunicado.
Mais cedo, o Itamaraty disse em nota que "espera que a passagem de um ano do terremoto enseje a renovação do compromisso internacional com a reconstrução, o desenvolvimento de longo-prazo e a consolidação da democracia do Haiti, no marco do processo". Segundo o Itamaraty, o "Brasil já efetivou o aporte de cerca de 80% dos US$ 172 milhões da promessa de contribuição ao Haiti, referente aos anos de 2010 e 2011".
Veja mensagem da presidente na íntegra:
O terremoto que devastou o Haiti, ceifando centenas de milhares de vidas, completa hoje exatamente um ano. Quero me associar aos que participam, em todo o mundo, de cerimônias rememorativas dessa imensa tragédia que se abateu sobre aquele povo irmão. Esse é um momento de reflexão, de lembrarmos as vítimas, e de conclamarmos a comunidade internacional para um renovado esforço em prol da recuperação do país, que ainda vive uma situação de extrema gravidade.
Quero também enaltecer o trabalho dos nossos soldados que participaram da Missão das Nações Unidas (Minusthah), lutando incansavelmente para a estabilização e colaborando para a recuperação da infraestrutura do país. Lembro, e presto uma homenagem aos 18 militares brasileiros, à médica e humanista Zilda Arns e ao Representante Adjunto da ONU para o Haiti, Luiz Carlos da Costa, que estavam em missão de solidariedade e lamentavelmente perderam a vida durante o terremoto.
Reafirmo nossa determinação de ajudar na reconstrução desse país, cujo povo não se rende diante das adversidades e tem dado provas de grande coragem e vontade de viver. O Brasil e a Minustah vão perseverar, pois sabemos que os haitianos não desistirão.
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