Sarah Palin usa termo antissemita para rebater críticas feitas a sua linguagem violenta
A líder conservadora norte-americana Sarah Palin desencadeou uma nova onda de protesto nos Estados Unidos ao lançar mão de um termo considerado antissemita nesta quarta-feira (12) para se defender das acusações de que sua linguagem política extremista teria contribuído para criar um clima propício a atos de violência.
Logo após o tiroteio do último sábado no Arizona, que deixou seis mortos e 14 feridos, a esquerda americana questionou o tom violento empregado pelos conservadores em seus discursos.
"Os atos de criminalidade monstruosa respondem por si só. Eles começam e terminam com os criminosos que os cometem", disse a ex-governadora do Alasca e preferida do movimento conservador Tea Party, em um vídeo publicado em sua página no Facebook, em sua primeira resposta às críticas.
"Especialmente horas depois da tragédia que se desenrola, jornalistas e autoridades não deveriam produzir um libelo de sangue que serve apenas para incitar o ódio e a violência que supostamente condenam. Isso é repreensível", acrescentou.
A resposta de Palin trouxe para a discussão um termo delicado: "libelo de sangue", cuja origem está ligada às falsas acusações feitas por cristãos na Europa desde o século 12 de que judeus cultivariam a prática de matar crianças para aproveitar seu sangue. Alguns judeus eram torturados para confessar crimes que não cometeram, em uma violenta manifestação de antissemitismo, o que levou especialistas a condenarem seu uso indiscriminado.
"Eu simplesmente não entendo a lógica de usar essa palavra", afirmou Ronnie Hsia, professor de História da Universidade da Pensilânia e autor de livros sobre o tema. "Acho inapropriado e francamente me pergunto se ela ou seus assessores sabem sobe o significado desta palavra. Acho que é insultante com o povo judeu".
Para Jerome Chanes, pesquisador do Centro de Estudos Judaicos da Universidade de Nova York, "é um caso clássico de, como você queira chamar, corrupção semântica".
Horas depois o vídeo havia sido removido, em um indício que Palin pode ter percebido o desconforto causado.
*Com informações de agências internacionais
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