Anistia Internacional acusa Síria de crimes contra a humanidade
Renata Giraldi
Da Agência Brasil, em Brasília
01/08/2012 10h13
A organização de direitos humanos Anistia International divulgou um relatório em que acusa o governo do presidente da Síria, Bashar Al Assad, de cometer crimes contra a humanidade. Segundo o documento, as forças leais ao governo atacam civis sírios, principalmente na cidade de Alepo, a segunda maior do país e capital econômica síria. Nos últimos dias, a cidade foi alvo de violentos embates.
Pelos dados do relatório, os conflitos em Alepo obrigaram 200 mil pessoas a abandonar suas casas. A avaliação da organização foi feita ao longo do mês de maio em Alepo. Para a Anistia Internacional, os responsáveis sírios devem ser julgados no Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda. No relatório, a entidade apela também ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para garantir uma missão de vigilância dos direitos humanos.
LEIA MAIS
- ONU afirma que aviões de combate sírios dispararam contra Aleppo
- Presidente da Síria acusa estrangeiros de incitarem violência no país
- Exército sírio confirma morte de líderes insurgentes em Aleppo
- Comunidade síria no Brasil criam rede de apoio a refugiados
- Assad diz que a Síria trava uma batalha crucial por seu destino
"O ataque atual na cidade de Alepo coloca civis ainda mais em risco e segue o padrão preocupante de abusos cometidos por forças estatais em todo o país", disse a consultora sênior de Resposta para Crise da Anistia Internacional, Donatella Rovera.
De acordo com a Anistia Internacional, são frequentes os relatos de uso abusivo de força contra manifestantes pacíficos que acabam feridos e até mortos. Também há registros de presos torturados, ameaçados e intimidados durante a detenção.
"As manifestações pacíficas que eu testemunhei em diferentes partes da cidade, invariavelmente, terminaram com forças de segurança disparando munições verdadeiras contra os manifestantes pacíficos, tiroteios indiscriminados e muitas vezes provocam feridos e mortos”, disse Donatella Rovera.
A Anistia Internacional tem conseguido investigar de forma independentemente as denúncias de violações dos direitos humanos na Síria. "É evidente que o governo sírio não tem a intenção de acabar com esses crimes, muito menos de investigar. Na verdade, tentou evitar qualquer investigação independente sobre esses abusos graves em Alepo e em outras partes do país ", disse Donatella Rovera.