20 pessoas ligadas à Santa Sé estão envolvidas no escândalo do Vatileaks, diz jornal
Um dos envolvidos no escândalo de desvio de documentos confidenciais do Vaticano --conhecido como Vatileaks-- revelou ao jornal italiano "La Repubblica" que o ex-mordomo Paolo Gabriele não é o único responsável pelo vazamento. A entrevista, publicada nesta quinta-feira (7), aponta a participação de outras 20 pessoas.
"O mordomo não é o único corvo do Vaticano", disse o entrevistado, que teria ajudado Gabriele no esquema, mas que não teve o nome revelado pela publicação. Segundo ele, todos os envolvidos estavam ligados à Santa Sé. "Somos mulheres e homens, leigos e clérigos."
Ele, que se diz um "ex-corvo", conta que a tensão começou após a pressão por transparência dentro do banco oficial do Vaticano, quando o monsenhor Carlo Maria Vigano foi nomeado por Bento 16. "Muitas verdades ainda serão reveladas", disse o entrevistado, que também confirmou a existência de um "lobby gay" na Santa Sé.
"Para nós chegou a hora de voltar a falar", afirmou ele ao insinuar que pretende revelar segredos do Vaticano.O sucesso do Vatileaks, segundo a fonte, "depende de quem será o papa eleito, por qual facção será eleito, e de quem estará na liderança da próxima Secretária de Estado".
O tema ganha destaque nas congregações gerais que antecedem o conclave que vai eleger o sucessor de Bento 16, que renunciou ao papado há uma semana.
Os nomes de dois leigos citados no dossiê do caso, de acordo com o jornal italiano "La Stampa", foram apresentados pelos cardeais na reunião da última quarta-feira (6). O primeiro, como aponta o periódico, não trabalhava no Vaticano, mas tinha contatos frequentes com instituições de alto nível da Santa Sé. Já o outro era um empregado direto.
No entanto, o camerlengo Tarcisio Bertone e o decano Angelo Sodano pediram aos cardeais que não revelassem os nomes para evitar o aumento do clima de "suspeita e veneno".
Trama de corrupção
Após o vazamento de documentos confidenciais, o então papa Bento 16 pediu a três cardeais de sua confiança que apurassem o caso. A investigação rendeu um relatório de 300 páginas, que denunciava a existência de rede de sexo e de corrupção.
Apesar de o conteúdo do dossiê ser secreto, o jornal "La Repubblica" revelou que o documento descreve as lutas internas pelo poder e pelo dinheiro, assim como o sistema de chantagens internas baseadas em fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.
Sob o título "Não fornicarás, nem roubarás, os mandamentos violados no relatório que sacudiu o papa", o jornal italiano informou ainda que o relatório relata a existência de uma "rede transversal unida pela orientação sexual". "Pela primeira vez, a palavra homossexualidade foi pronunciada no apartamento papal", afirma o jornal.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.