Referendo nas Ilhas Malvinas é manobra midiática do Reino Unido, diz embaixadora argentina
A embaixadora argentina no Reino Unido insistiu que o referendo feito entre os habitantes ingleses nas Ilhas Malvinas (Falklands, para os britânicos) constitui uma "manobra midiática que expressa a debilidade da posição do Reino Unido". Em entrevista à rádio FM Milenium, a representante explicou que "diferentemente de outros casos", "o referendo não foi convocado pelas Nações Unidas, e não conta com sua aprovação ou supervisão".
"Não é que não entendemos o desejo dos habitantes [das Malvinas] de ratificar sua identidade: eles são britânicos e a lei britânica os reconhecem como tais. A Argentina não tem a intenção de mudar sua identidade e seu modo de vida, mas o território que habitam não é deles. Existe um direito que eles não têm, que é decidir sobre o destino do nosso território ou resolver a controvérsia sobre a soberania", disse.
Nesse sentido, argumentou que a autodeterminação dos povos é um princípio fundamental do direito internacional "que não é reconhecido a qualquer comunidade estabelecida em um território, mas aos povos considerados originários daquele território que foram ou estão submetidos ao poder colonial, o que não é o caso dos habitantes " das Ilhas Malvinas.
"Não é um povo colonizado e sim um território colonizado. Os habitantes não são parte da disputa da soberania. A soberania é sobre o território", disse Alicia Castro. Ela reafirmou que nas Ilhas Malvinas "existe um governo ilegitímo e não há uma legitíma Assembleia Legislativa" e que a decisão de fazer a consulta é "uma decisão do Reino Unido assim como é decisão do Reino Unido não negociar".
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