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Itamaraty ordena remoção de cônsul em Sydney após denúncias de assédio sexual

Américo Fontenelle, cônsul-geral no consulado-geral do Brasil em Sydney - Reprodução
Américo Fontenelle, cônsul-geral no consulado-geral do Brasil em Sydney Imagem: Reprodução

Renata Giraldi

Da Agência Brasil, em Brasília

08/05/2013 16h11Atualizada em 09/05/2013 17h58

Depois das denúncias de desvios de comportamento, o cônsul-geral do Brasil em Sydney (Austrália), o embaixador Américo Fontenelle, recebeu ordens para deixar o posto. Em portaria, publicada na edição desta quarta-feira (8) do Diário Oficial da União, a ordem é clara: “remover ex-officio Américo Dyott Fontenelle”.

A íntegra da portaria determinando a remoção de Fontenelle está na página da Imprensa Nacional. Não há definição sobre o próximo posto para o diplomata.

Paralelamente, o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, abriu um processo administrativo disciplinar contra o cônsul-geral do Brasil em Sydney e o adjunto dele, Cesar Cidade.

Os dois diplomatas são denunciados por funcionários de assédio moral e sexual, homofobia e desrespeito. Inicialmente, as investigações devem ocorrer em um prazo de 30 dias. Mas é possível prorrogação por mais duas semanas.

As investigações serão conduzidas por três embaixadores, com experiência consular e questões administrativas, pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Ao final das apurações, os dois diplomatas podem ser condenados com uma advertência oral ou até exonerados de suas funções. Ao Itamaraty, Fontenelle e Cidade negam as acusações.

As denúncias surgiram a partir de acusações feitas por funcionários do Consulado de Sydney, que informaram ao Itamaraty situações em que foram humilhados e houve abuso de autoridade por parte do cônsul e do adjunto dele. Desde então, o ministério passou a apurar as informações.

Patriota reiterou aos diplomatas, responsáveis pelas investigações do caso, que rejeita os comportamentos inadequados às funções desempenhadas pelo Ministério das Relações Exteriores. Na cerimônia de posse do novo secretário-geral, Eduardo dos Santos, o chanceler lembrou que “não há espaço no Itamaraty” para comportamentos que “não se adequem” ao ministério.