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¡Hola, Havana! Carnival obtém autorização dos EUA para cruzeiros com destino a Cuba

Christopher Palmeri

07/07/2015 16h11

A Carnival Corp., visando se tornar a primeira operadora de cruzeiros dos EUA a realizar viagens a Cuba em 50 anos, disse que os departamentos do Tesouro e do Comércio autorizaram sua solicitação para navegar para lá.

Se a Carnival obtiver a autorização do governo cubano, a maior operadora de cruzeiros do mundo iniciará o serviço em maio de 2016 com sua nova marca fathom, uma linha destinada aos turistas com cunho social. Viagens de sete dias a partir de Miami no MV Adonia, que tem capacidade para 710 passageiros, vão custar US$ 2.990 por pessoa. O preço inclui alimentação, mas não os impostos nem outras tarifas relativas ao governo, disse a empresa em um comunicado nesta terça-feira.

"Seremos a primeira entidade em mais de 50 anos a poder enviar um cruzeiro marítimo dos EUA para Cuba com regularidade", disse o CEO Arnold Donald, em uma entrevista. "Temos total certeza de que conseguiremos lotar o Adonia".

Cuba tem sido vista como uma oportunidade de crescimento para as operadoras de cruzeiros dos EUA desde que o presidente Barack Obama restabeleceu as relações diplomáticas com o país em dezembro. Embora o governo dos EUA tenha definido o objetivo de ampliar as viagens entre os dois países, as visitas estão restritas a 12 categorias, como atividades religiosas, jornalismo e projetos humanitários.

A Carnival está trabalhando com a IDDI, uma organização sem fins lucrativos que tem sede na República Dominicana e visa aliviar a pobreza no Caribe, para organizar excursões relativas à educação e ao intercâmbio cultural. A companhia apresentou sua linha fathom no mês passado, com planos para realizar viagens semanais para a república Dominicana a partir de abril do próximo ano.

Demanda reprimida

Havana era um destino popular entre os turistas americanos até que a revolução comunista liderada por Fidel Castro levou os EUA a cortar os vínculos diplomáticos e comerciais em 1961. Linhas europeias, como Costa Crociere e Aida, atendiam a esse mercado antes de serem adquiridas pela Carnival, disse Donald.

A MSC Cruises, proprietária europeia de navios, pretende que Havana seja o lar de seu Opera, com 2.120 hóspedes, a partir de dezembro.

O serviço de cruzeiro com destino à ilha esteve restrito a linhas menores que saem de portos de fora dos EUA, como da Baía de Montenegro, Jamaica, e de San Juan, Porto Rico, disse Tara Russell, presidente da fathom, em uma entrevista. Os portos cubanos não têm capacidade para receber os maiores navios do setor. O MV Adonia vai parar em diversos portos cubanos, que ela náo quis identificar.

"Há bastante apetite e demanda reprimidos", disse ela. "Ir para lá vai ficará muito fácil para os turistas americanos".

Frank Del Rio, CEO da Norwegian Cruise Line Holdings Ltd., disse durante uma teleconferência em maio que também pretende entrar no mercado cubano.

"Será uma grande bênção para o setor", disse Del Rio.