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Mianmar realiza suas primeiras eleições "gerais e livres" em 25 anos

4.jul.2015 - A líder oposicionista de Mianmar Aung San Suu Kyi checa lista de eleitores em Wartheinkha, nos arredores de Yangon - Ye Aung/AFP
4.jul.2015 - A líder oposicionista de Mianmar Aung San Suu Kyi checa lista de eleitores em Wartheinkha, nos arredores de Yangon Imagem: Ye Aung/AFP

Do UOL, em São Paulo

08/07/2015 08h56

A comissão eleitoral de Mianmar anunciou nesta quarta-feira (8) que as primeiras eleições gerais no país em 25 anos serão realizadas em 8 de novembro deste ano, segundo a emissora Voz Democrática de Mianmar.

O país tem passado por reformas políticas, econômicas e sociais desde 2010, quando o governo militar foi substituído por um governo civil apoiado pelos militares. 

A líder opositora birmanesa e vencedora do Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, e seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), partem como favoritos para alcançar o maior número de deputados. O governo pró-militar concorre por meio do Partido do Desenvolvimento e a Solidariedade da União.

Porém a Constituição atual proíbe Suu Kyi de ocupar a chefia do Estado porque tem pelo menos um filho com nacionalidade estrangeira.

As últimas eleições livres e plurais realizadas em Mianmar aconteceram em 1990 e foram vencidas pela oposição agrupada em torno da Nobel da Paz, mas as autoridades nunca reconheceram o resultado, e anos depois o anularam.

O LND boicotou as eleições de 2010 porque Suu Kyi foi impedida de concorrer.

"A forma como serão realizadas, os resultados e o panorama que se crie após as eleições determinarão o futuro de Mianmar nos próximos anos", disse Suu Kyi no mês passado por ocasião de seu aniversário de 70 anos.

"Os eleitores terão de decidir o caminho que Mianmar deve seguir (...) Não pensem em vocês, pensem em seus vizinhos, no mundo e no ser humano", acrescentou ela na ocasião.

Um total de 81 legendas políticas se registrou na comissão eleitoral para este pleito e disporão de 60 dias de campanha.

As urnas definirão 330 cadeiras da câmara baixa do Parlamento, 168 da câmara alta, e outras 644 dos legislativos regionais.

Além disso, 29 cadeiras regionais serão destinadas a representantes das distintas etnias.

Os militares têm reservada uma cota de 25% dos assentos parlamentares, segundo a Constituição de 2008, redigida e aprovada sob a última junta militar. (Com agências internacionais)