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China pede para evitar "palavras e atos" que agravam tensão com a Coreia do Norte

Pessoas veem noticiário na TV sul-coreana com a imagem do presidente dos EUA, Donald Trump, em uma estação de trem em Seul - Lee Jin-man/ AP
Pessoas veem noticiário na TV sul-coreana com a imagem do presidente dos EUA, Donald Trump, em uma estação de trem em Seul Imagem: Lee Jin-man/ AP

Do UOL, em São Paulo

09/08/2017 10h01

A China pediu nesta quarta-feira (9) que se evitem as palavras e os atos capazes de agravar a tensão na península coreana, no dia seguinte em que o presidente Donald Trump ameaçou com "fogo e fúria" a Coreia do Norte.

"A parte chinesa convida a todas as partes a continuar no caminho de uma resolução pacífica da questão nuclear na península coreana e evitar palavras e atos suscetíveis de intensificar as contradições e agravar a situação", afirmou o chanceler chinês em declarações.

Por sua vez, o presidente Donald Trump afirmou hoje (9) que o arsenal nuclear dos Estados Unidos é "mais poderoso do que nunca", em um novo alerta à Coreia do Norte e seus testes de mísseis.

"Minha primeira ordem como presidente foi renovar e modernizar nosso arsenal nuclear. Está agora mais forte e mais poderoso do que nunca", afirmou no Twitter.

"Esperamos nunca precisar usar esse poder, mas nunca haverá um tempo em que nós não seremos a nação mais poderosa do mundo", acrescentou.

Na terça-feira (8), Trump rebateu as recentes ameaças feitas pela Coreia do Norte. Em declarações à imprensa, o presidente afirmou que "É melhor que a Coreia do Norte não faça mais ameaças aos EUA ou encontrarão fogo e fúria como o mundo nunca viu antes".

A declaração foi dada a repórteres no Trump National Golf Club em Bedminster, Nova Jersey, no mesmo dia em que o jornal americano "Washington Post", citando fontes do governo, afirma que Pyongyang conseguiu produzir uma ogiva nuclear pequena o suficiente para ser instalada em um de seus mísseis balísticos. A informação estaria em um relatório da Agência de Inteligência de Defesa (DIA).

Hoje, o secretário de Estado americano Rex Tillerson afirmou que o presidente Donald Trump simplesmente usou uma linguagem "que Kim Jong-un consegue entender" quando ele alertou a Pyongyang que responderia com "fogo e fúria" a seu programa de armas nucleares. "O que o presidente está fazendo é enviar uma mensagem forte à Coreia do Norte em uma linguagem que Kim Jong-Un consiga entender, porque parece que ele não parece entender a linguagem diplomática", afirmou Tillerson, falando aos jornalistas a bordo do avião que o leva a Guam.

A possível miniaturização de ogivas nucleares explicaria o tom agressivo usado pela Coreia do Norte recentemente. Segundo a inteligência norte-americana, Pyongyang possui atualmente cerca de 60 bombas atômicas, algo que deve elevar a tensão com os Estados Unidos, que já estão ao alcance de eventuais mísseis intercontinentais de Kim Jong-un.

Na segunda-feira, a Coreia do Norte ameaçou realizar "medidas estratégicas" e "ações físicas" como resposta às sanções adotadas no sábado contra o país pelo Conselho de Segurança da ONU, que classificou os testes do regime de Kim Jong-un como "ilegais" e como "atos terroristas".
 
Após um mês de negociações, a resolução para vetar as exportações norte-coreanas de carvão, ferro, chumbo e mariscos foram aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU, com apoio da Rússia e da China, principal aliada de Kim. Além disso, foram implementadas novas sanções contra empresas e entidades que apoiem os programas bélicos do país
 
.As sanções foram uma resposta ao lançamento de míssil balístico intercontinental feito pela Coreia do Norte em 4 de julho, o primeiro da história do país. No dia 28 do mesmo mês, Pyongyang voltou a realizar um novo teste com o armamento apesar das denúncias dos EUA e de grande parte da comunidade internacional. (Com agências internacionais)