Jamil Chade

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Reportagem

Trump manda saudações para Bolsonaro, mas não cita denúncia contra ele

O presidente Donald Trump mencionou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao discursar neste sábado na reunião de movimentos conservadores de todo o mundo. A Conferência Conservadora CPAC (Conservative Political Action Conference), em Washington, reúne alguns dos principais líderes da extrema direita.

Ao saudar os presentes, entre eles Javier Milei e o britânico Nigel Farage, Trump mencionou a presença do deputado no evento e o chamou de "meu amigo". "Grande família", disse. "Diga olá a teu pai (Jair Bolsonaro)", afirmou o presidente.

Trump não mencionou o fato de o ex-presidente não ter podido viajar por conta de ter seu passaporte retido e nem citou o fato de Bolsonaro ter sido denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República) por tentativa de golpe de Estado esta semana.

Em Washington, Eduardo Bolsonaro tenta convencer o movimento de base de Trump de sair ao resgate do ex-presidente, alegando que o Brasil estaria vivendo um "regime de exceção" e "censura".

Horas depois da denúncia contra Bolsonaro, a empresa de mídia de Trump entrou com um processo legal contra Alexandre Moraes, ministro do STF, por suposta censura. O que o caso não revelava é que uma das partes no caso, a plataforma Rumble, estava atuando no Brasil sem um representante legal.

Nesta sexta-feira, Moraes suspendeu os serviços da plataforma no Brasil, depois de dar um prazo para que a Rumble indicasse um representante. Trump usou seu discurso para repetir mentiras sobre suposta fraude na eleição de 2020, defender sua política de deportação e atacar movimentos progressistas.

Ataques à imprensa

Durante seu discurso, Trump ainda atacou a imprensa americana que não está ao seu lado, num momento que adota medidas contra jornalistas e agências. "Eles mentem", afirmou, numa referência a redes como CNN e outros canais. "São doentes mentais. São ameaças à democracia", insistiu.

O palanque ainda foi usado para ofender Joe Biden, Kamala Harris e políticos democratas. "Tudo que Biden toca virou merda", disse Trump, sendo ovacionado. "Foi o pior presidente da história de nosso país", afirmou. Trump disse ainda que recebeu uma carta pedindo que não use palavrões em seu discurso. "Mas que palavras eu usaria?", respondeu.

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O presidente dos EUA ainda mentiu sobre seu programa de deportação, indicando que seria "o maior da história". Os dados, porém, revelam que, em seu primeiro mês de governo, as deportações foram 30% inferiores à média de expulsões mensais promovidas por Biden.

No discurso, o americano ainda fez uma piada sobre estrangeiros. Ao falar do dinheiro da USAID para várias partes do mundo, ele citou a ajuda para um programa de saneamento para imigrantes. "Isso é uma incoerência", disse, arrancando risos da plateia.

Acordo Rússia Ucrânia está próximo, diz Trump

Trump declarou também que quer seu "dinheiro de volta" da Ucrânia, insistindo que um acordo para encerrar a guerra com a Rússia terá de passar por um acerto para recuperar a transferência de recursos para Kiev ao longo dos últimos três anos de conflito. Para ele, um acordo está "muito próximo". Nos últimos dias, Trump têm acusado o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de ser um "ditador" e sugeriu que o conflito seria sua culpa.

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