Confronto entre polícia e muçulmanos no Paquistão deixa 150 feridos
Do UOL*, em São Paulo
25/11/2017 09h27
Cerca de 150 pessoas ficaram feridas neste sábado (25) durante uma operação das forças de segurança para dispersar um protesto de muçulmanos. Há 18 dias o grupo bloqueia uma das principais entradas de Islamabad, capital do Paquistão.
A polícia cercou o acampamento e usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. O ataque enfureceu os manifestantes religiosos, que atacaram as forças de segurança. Carros da polícia foram queimados durante o confronto.
"Os manifestantes usaram gás lacrimogêneo de qualidade superior e granadas. Como resultado, mais de 100 membros das agências de segurança ficaram feridos com gravidade", disse a polícia, além de acrescentar que pelo menos três viaturas foram queimadas.
Pelo menos 144 manifestantes foram detidos na operação, que começou nas primeiras horas da manhã e durou várias horas, com duros confrontos entre 5.500 agentes da polícia e de duas forças especiais e cerca de 1.500 seguidores do clérigo Khadim Hussain Rizvi, do partido Tehreek-e-Labbaik Pakistan.
"Para proteger vidas humanas, as agências de segurança suspenderam as operações por enquanto", disse a nota.
Cem membros das forças de segurança ficaram feridos na operação, e fontes do hospital Instituto de Ciências Medicas do Paquistão disseram à Efe que receberam 46 civis feridos.
Também houve protestos em outras cidades, como em Lahore, onde manifestantes foram às ruas contra a operação policial em Islamabad.
Rizvi e seus seguidores começaram o protesto devido a, em 2 de outubro, o Parlamento ter aprovado uma reforma da lei eleitoral na qual foi trocada uma parte do juramento de posse de cargos públicos sobre a crença de que "Maomé é o último profeta do Islã".
Três dias depois, o Parlamento voltou atrás e restabeleceu o artigo na forma original. O ministro tentou se aproximar dos extremistas afirmando em um vídeo que Maomé é o último profeta.
No entanto, os islamitas exigem a renúncia de Hamid e que sejam punidos os responsáveis pela mudança na lei, que consideram um ato de blasfêmia, uma perigosa questão no Paquistão.
(Com EFE)