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Seis hospitais atingidos e mais de 250 mortos nas últimas 48h na Síria

Imagem: Abdulmonan Eassa/AFP

Do UOL*, em São Paulo

20/02/2018 18h25

Seis hospitais localizados no enclave rebelde de Ghuta Oriental, perto de Damasco, foram bombardeados nas últimas 48 horas, indicou nesta terça-feira (20) o coordenador regional do escritório de Assuntos Humanitários da ONU para a Síria.

Três estabelecimentos atacados estão fora de serviço, enquanto dois operam parcialmente.

Mais de 200 civis, incluindo quase 60 crianças, morreram desde domingo (18) nos bombardeios do regime sírio em Ghuta, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que dispõe de uma ampla rede de fontes na Síria.

"Na segunda-feira, cinco hospitais: o hospital de Al-Marj, o hospital de Saqba, a Maternidade de Saqba e o hospital de Al-Hayat, bem como um hospital em Duma, foram alvos de ataques. Três dos cinco hospitais ficaram fora de serviço e dois funcionam parcialmente", indicou Panos Moumtzis em um comunicado.

"Hoje, um sexto hospital foi atingido na localidade de Zamalka", acrescentou.

Esses hospitais realizam mensalmente uma média de 10 mil consultas, 1.200 grandes cirurgias, 160 partos e 550 tratamentos por traumatismo.

Moumtzis disse que estava "chocado e entristecido pelas informações de ataques horríveis contra seis hospitais de Ghuta Oriental durante as últimas 48 horas, causando mortes e feridos, e privando milhares de homens, mulheres e crianças de serviços básicos de saúde no enclave sitiado" pelas tropas de Damasco.

"Esses ataques são completamente inaceitáveis e quero recordar a todas as partes que os ataques às instalações médicas são proibidos pelo direito internacional humanitário, e tais ataques deliberados podem constituir crimes de guerra", ressaltou.

"O que está acontecendo hoje em Ghuta Oriental vai além da imaginação. O sofrimento incalculável é intolerável e as pessoas não sabem se vão continuar vivas ou se vão morrer. Este pesadelo em Ghuta Oriental deve parar e parar agora", acrescentou.

Após sete anos de conflito na Síria, "cerca de metade das instalações médicas no país estão atualmente fechadas ou funcionam parcialmente, privando milhões de sírios de cuidados capazes de salvar vidas", disse ele.

Mais de 250 mortos

Ao todo, nos últimos dois dias, mais de 250 civis morreram em bombardeios na Síria. 

Ao menos 106 foram mortos nesta terça-feira em Ghuta Oriental, um enclave rebelde sitiado a leste de Damasco, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O número de vítimas dos bombardeios foi de 17 no domingo e 127 na segunda-feira, o mais pesado em quatro anos nesta região rebelde. Em 2013, um ataque químico deixou centenas de mortos.

Países pedem fim da violência

Estados Unidos e França manifestaram preocupação com a escalada da violência na Síria e com a degradação crescente da situação no país nesta terça-feira.

Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert, disse a jornalistas que os Estados Unidos estão "profundamente preocupados" com a intensificação dos ataques russos e sírios no enclave.

"A cessação da violência precisa começar agora", declarou Nauert, criticando o que ela chamou de "táticas de sítio e inanição" do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Em Paris, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves le Drian, alertou que "a situação na Síria se degrada consideravelmente" e "se não houver nenhum elemento novo, nós caminhamos rumo a um cataclisma humanitário".

"Há uma urgência absoluta sobre este tema (...) Esta é a razão pela qual, a pedido do presidente da República [Emmanuel Macron], seguirei nos próximos dias para Moscou e Teerã", apoiadores do regime do presidente sírio, acrescentou Le Drian, em discurso no Parlamento.

"Na minha opinião, o pior está por vir", prosseguiu o ministro francês das Relações Exteriores. "Isto de deve ao fato de que o processo político está bloqueado (...) Todos os elementos estão reunidos para um agravamento da situação".

Os bombardeios de civis "devem cessar imediatamente" exigiu o coordenador da ONU para a ajuda humanitária na Síria, Panos Moumtzis, alertando para as cerca de 400 mil pessoas encurraladas no enclave rebelde, entre as quais foram registrados casos severos de desnutrição.

*(com AFP e Reuters)

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