Casal que usava crenças para justificar falta de cuidados médicos perde guarda de filha no Canadá
Um casal que se recusou a tratar seu bebê com cuidados médicos básicos e não levou a criança para vacinar após seu nascimento, perdeu a guarda da filha na Justiça do Canadá. A família, que já havia sido expulso de diversas igrejas que frequentavam pela visão particular que têm do cristianismo, sustentava suas decisões com base em suas crenças pessoais, segundo o jornal "Vancouver Sun".
Em novembro do ano passado, quando a menina tinha um ano, a Corte Provincial da Colúmbia Britânica, no Canadá, declarou que a criança precisava de proteção e a colocou sob custódia do Estado.
Os pais, que não tiveram os nomes divulgados, apelaram a instância superior, alegando que se tratava de discriminação religiosa. Mas perderam, e a garota pode ser colocada para adoção em breve.
Para a juíza Diane MacDonald, que negou a apelação, o casal não tem condições de criar a criança. De acordo com ela, a decisão não foi tomada baseada nas crenças religiosas do casal, mas nas evidências de violência doméstica, descaso com a saúde da criança, evidências de problemas mentais na mãe e recusa de receber ajuda de enfermeiros, médicos, assistentes sociais, outros cristãos e representantes legais.
"Os pais obviamente amam sua filha e desejam criá-la em sua casa com seus valores cristãos. Mas há provas suficientes de que uma ordem de custódia contínua [da criança pelo Estado] é justificada nessas circunstâncias", escreveu a juíza.
O casal se conheceu em 2014 e se casou no ano seguinte. Eles não têm emprego fixo e já se mudaram várias vezes de residência. O bebê nasceu em 2016.
“Parece que, devido às suas fortes crenças religiosas, eles são intolerantes com aqueles que não defendem visões idênticas. Isso inclui outros cristãos”, escreveu a juíza Diane MacDonald em sua decisão, divulgada nesta semana.
O Ministério da Infância e do Desenvolvimento Familiar passou a acompanhar a família depois de receber a denúncia de que a mãe relatou a um colega sobre um rompante nervoso do pai, que um dia tentou esganar a esposa e "acreditava que relações sexuais entre crianças deveriam ser encorajadas".
No entanto, quando foi ouvida pela polícia, a mulher negou tanto a história de agressão quanto a suposta opinião do pai sobre relações sexuais entre crianças.
Mesmo assim, a Justiça decidiu interferir no caso.
O casal também recusou o auxílio de um advogado e disse que Jesus Cristo era o único "advogado, testemunha e juiz". Durante o julgamento, eles falavam com o leãozinho em uma língua estranha e diziam que Deus, por meio do objeto, lhes respondia.
*(Com agências internacionais)
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