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Governo da Grécia diz que há indícios de que incêndio que matou mais de 80 foi proposital

Do UOL, em São Paulo

26/07/2018 16h19Atualizada em 26/07/2018 18h48

Autoridades gregas disseram nesta quinta-feira (26) que há "sérios indícios" de que os incêndios na região próxima a Atenas foram criminosos.

De acordo com o ministro ?de Ordem Pública da Grécia, Nikos Toskas, em entrevista à Associated Press, imagens de satélite, solicitadas à Nasa, ao Programa de Observação Espacial da União Europeia e outras entidades internacionais, e inspeções na área mostram que o fogo se espalhou em diversos lugares em um curto período de tempo, provavelmente devido a uma ação proposital.

"Temos sérios indicativos e descobertas significativas de atividade criminosa nos incêndios. Houve provas físicas que são objeto de investigação", disse ele, sem dar mais detalhes. "Há testemunhos, mas não posso falar mais por enquanto."

As imagens mostraram como não só o incêndio de Mati, mas também o de Kineta, em uma área florestal ao oeste de Atenas, foram provavelmente provocados. Lá, em menos de meia hora, foram noticiados 13 focos diferentes, todos alinhados paralelamente à estrada, segundo as fotos e vídeos dos satélites.

O Corpo de Bombeiros está tentando determinar qual foi a causa do início do fogo. Os fortes ventos nessa área provocaram uma "situação extraordinária" e dois focos arrasaram a população em apenas uma hora e meia, segundo comentaram em entrevista coletiva Toskas; o porta-voz do governo, Dimitris Tzanakopulos; o chefe da polícia grega, Konstantinos Tsuvalas; e o chefe do Corpo de Bombeiros, Sotirios Terzudis.

Os mortos por causa dos incêndios na região de Ática, na Grécia, já totalizaram 82 pessoas. Ele foi considerado o mais mortal registrado na Europa neste século. Muitos corpos ficaram tão carbonizados que é difícil a identificação das vítimas.

A revista das casas nas zonas afetadas continua. Mais de 300 bombeiros, socorristas e voluntários estão examinando uma a uma as moradias arrasadas pelo fogo.

Segundo o ministério de Infraestruturas informou à agência Efe, quase metade das construções no local atingido se tornaram inabitáveis.

As pessoas tentaram fugir em direção ao mar. A maioria dos sobreviventes ficaram impotentes e aterrorizados dentro da água, observando as chamas durante horas. Algumas pessoas nessa situação chegaram a se afogar.