Médica brasileira que mora no Chile relata problemas na capital Santiago
Antonio Temóteo
Do UOL, em Brasília
20/10/2019 16h42
Resumo da notícia
- . Voos atrasados, aeroporto lotado na capital Santiago e transtornos em várias cidades têm sido relatados nas redes sociais
- No aeroporto de Santiago, pelo menos cinco voos programados para horários entre 16h e 18h estavam atrasados ou foram cancelados
- A médica brasileira Fiorella Rehbein, 41 anos, mora na capital do Chile e se assustou com a destruição de prédios, supermercados e ônibus
- A empresa em que Fiorella foi contratada liberou os empregados para trabalharem de casa e estuda adotar a medida durante toda a semana
A onda de protestos no Chile tem afetado a vida da população e de quem visita o país. Voos atrasados, aeroporto lotado na capital Santiago e transtornos em várias cidades têm sido relatados nas redes sociais. Brasileiros que moram no país tiveram suas rotinas mudadas desde a última semana.
No aeroporto de Santiago, pelo menos cinco voos programados para horários entre 16h e 18h estavam atrasados ou foram cancelados. A companhia aérea Latam informou que passageiros com destino ao país entre 20 e 22 de outubro poderão altear seus voos sem custos adicionais.
A empresa recomendou aos clientes que verifiquem o estado dos voos com frequência, que fiquem atentos aos canais de comunicação e façam o check-in com 48 horas de antecedência.
Rotina afetada pelos protestos
A médica brasileira Fiorella Rehbein, 41 anos, mora na capital do Chile há cinco meses e trabalha na indústria farmacêutica. Segundo ela, apesar de o Chile ostentar indicadores econômicos e sociais positivos, a população tem mostrado descontentamento com o governo e com a situação do país.
"Minha rotina, desde sexta, mudou e passo mais tempo em casa. Fui ao supermercado fazer um estoque de comida e ontem me senti muito triste vendo as imagens dos militares nas ruas, dos incêndios e a completa destruição de alguns prédios. Estou assustada pela presença dos saqueadores infiltrados nos protestos", declarou.
Segundo ela, a empresa que a contratou liberou os empregados para trabalharem de casa, diante dos problemas no sistema transporte público e dos riscos para segurança de todos. Segundo ela, muitos supermercados foram queimados e há filas nos postos de combustível.
Fiorella afirmou que mora perto do trabalho e não tem a rotina tão afetada como a da população chinela. Para ela, os pleitos do povo do Chile são legítimos. "E é papel de cada um de nós, privilegiados, apoiar para que eles sejam ouvidos", disse.