Egípcio larga faculdade e faz fortuna com caça de escorpiões
Colaboração para o UOL, em São Paulo*
15/12/2020 10h47
Pouco tempo após sair do ensino Médio, Mohamed Hamdy Boshta abandonou a graduação em arqueologia para caçar escorpiões nos desertos e na costa do Egito. O jovem visionário planejava extrair o veneno dos aracnídeos para uso medicinal - e vem tendo sucesso na empreitada.
Hoje, aos 25 anos, Mohamed fez uma fortuna com a criação de escorpiões e é proprietário da Cairo Venom Company. A empresa fundada pelo egípcio conta com mais de 80 mil escorpiões espalhados por fazendas de todo país, além de uma série de cobras, também mantidas para a extração de veneno.
Escorpiões são capturados principalmente de noite, quando a incidência de luz ultravioleta faz com que o corpo do animal fique com um brilho fluorescente. Levados para o cativeiro, os escorpiões são expostos a uma ínfima corrente elétrica para estimular a liberação do veneno.
Com apenas um grama do veneno extraído dos escorpiões é possível produzir entre 20 a 50 mil doses de antiveneno para criação de soros medicinais, que bloqueiam os efeitos das toxinas no corpo humano.
Um grama de veneno de escorpião rende em torno de US$ 10 mil, cerca de R$ 51 mil, para Mohamed nas vendas para a Europa e os Estados Unidos. Nesses países, além do antiveneno, a substância extraída dos escorpiões é usada para fazer outros medicamentos para outras doenças, inclusive para hipertensão arterial.
*Com informações da Reuters