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Haiti terá novo governo com Ariel Henry como primeiro-ministro

Crise política se instaurou no Haiti após assassinato do presidente Jovenel Moise - GIORGIO VIERA / AFP
Crise política se instaurou no Haiti após assassinato do presidente Jovenel Moise Imagem: GIORGIO VIERA / AFP

Do UOL*, em São Paulo

19/07/2021 12h23Atualizada em 19/07/2021 12h52

O Haiti terá um novo governo a partir de amanhã, liderado por Ariel Henry como primeiro-ministro, a quem o presidente Jovenel Moise havia nomeado pouco antes de ser assassinado. A nova gestão acontecerá antes do funeral do presidente Jovenel Moise, que será realizado na próxima sexta-feira (23).

A troca foi confirmada pelas autoridades locais e ocorre também após o premiê interino, Claude Joseph, informar à mídia internacional que iria renunciar ao posto para colocar fim à disputa política.

Henry havia sido indicado para o lugar de Joseph em 5 de julho, dois dias antes de Moise ser assassinado. No entanto, com a morte do mandatário, a mudança foi suspensa e o atual premiê permaneceu na função.

Premiê em exercício

O primeiro-ministro em exercício, Claude Joseph, voltará a ocupar o cargo de ministro das Relações Exteriores no novo governo, que não terá um presidente e terá a tarefa de organizar novas eleições "o mais rápido possível", disse uma fonte ligada ao Executivo à AFP.

Nas horas após o assassinato, Joseph declarou "estado de sítio" e disse que estava no comando, desencadeando uma disputa pelo poder na problemática nação caribenha atolada na pobreza e na violência.

"Por vários dias, Claude Joseph e Ariel Henry têm mantido uma série de reuniões de trabalho que levarão à formação de um governo inclusivo com Ariel Henry como primeiro-ministro", disse a fonte.

Presidente assassinado dentro de casa

Jonevel Moise foi assassinado dentro da residência oficial da Presidência no dia 7 de julho e, até agora, cerca de 30 pessoas foram presas por ligação com o crime.

Também alvo da ação, a primeira-dama, Martine, sobreviveu e, após passar por cirurgias nos Estados Unidos, retornou ao Haiti neste domingo (18) sob escolta pesada e usando um colete à prova de balas. A maioria dos detidos é de mercenários colombianos que teriam sido contratados para sequestrar o presidente.

No entanto, por algum motivo ainda desconhecido, foi dada a ordem para matar Moise. Joseph, inclusive, foi citado pela mídia colombiana como um dos autores do plano de execução, mas a informação foi negada pela polícia haitiana.

Moise governava o Haiti, o país mais pobre das Américas, por decreto depois que as eleições legislativas de 2018 foram adiadas devido a disputas, de modo que o país ainda carece de uma legislatura em exercício.

Além das eleições presidenciais, parlamentares e locais, o Haiti deve realizar um referendo constitucional em setembro, depois que a consulta foi adiada duas vezes pela pandemia do coronavírus.

* Com informações das agências AFP e ANSA