Hamas afirma que ataques de Israel em Jabalia deixaram mais de 195 mortos
Do UOL, em São Paulo
02/11/2023 03h37Atualizada em 02/11/2023 03h53
O Hamas afirmou que pelo menos 195 palestinos morreram nos ataques de Israel ao campo de refugiados de Jabalia. Ataques aéreos israelenses atingem Jabalia pela terceira vez. Autoridades de direitos humanos da ONU disseram que os bombardeios poderiam ser crimes de guerra. Blinken volta a Israel.
O que aconteceu
O Hamas disse que pelo menos 195 palestinos foram mortos nos ataques israelenses a Jabalia, o maior campo de refugiados de Gaza, com 120 desaparecidos sob os escombros. Pelo menos 777 pessoas ficaram feridas, afirmou em comunicado.
Na madrugada de hoje foi relatado que os ataques aéreos das Forças de Defesa de Israel atingiram o campo de refugiados de Jabalia pela terceira vez em poucos dias. Pelo menos três palestinos foram mortos e muitos ficaram feridos no bombardeio de uma casa no campo, de acordo com o canal Al Jazeera.
Israel afirmou que os seus ataques de terça e quarta-feira mataram dois líderes militares do Hamas em Jabalia. O governo de Benjamin Netanyahu disse que o grupo tinha centros de comando e outras "infraestruturas terroristas sob, ao redor e dentro de edifícios civis, colocando intencionalmente em perigo os civis de Gaza".
Os militares de Israel confirmaram que mais um dos seus soldados foi morto em combates no norte de Gaza. Com isso eleva para 17 o número de soldados israelenses mortos desde que as operações terrestres em Gaza foram ampliadas na última sexta-feira.
Os palestinos vasculharam os escombros em uma busca desesperada pelas vítimas presas. "É um massacre", disse uma testemunha à agência de notícia Reuters.
Autoridades de direitos humanos da ONU disseram que os ataques no campo poderiam ser um crime de guerra.
"Dado o elevado número de vítimas civis e a escala de destruição após os ataques aéreos israelense ao campo de refugiados de Jabalia, temos sérias preocupações de que estes sejam ataques desproporcionais que possam constituir crimes de guerra", escreveu o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos no X, antigo Twitter.
Diplomata dos EUA parte para Israel, novamente
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, deve partir hoje para sua segunda visita a Israel em menos de um mês. Ele planeja se reunir com autoridades israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, na sexta-feira, para expressar solidariedade, mas também para reafirmar a necessidade de minimizar as baixas civis palestinas, disse seu porta-voz.
Blinken também fará escala na Jordânia, um dos poucos estados árabes que normalizou relações com Israel. Na quarta-feira, a Jordânia retirou o seu embaixador de Tel Aviv até que Israel termine o seu ataque a Gaza. Em comunicado, Israel disse que lamentava a decisão da Jordânia.
Na Jordânia, Blinken vai reafirmar a importância de proteger as vidas de civis e deve reiterar o compromisso dos EUA de garantir que os palestinos não sejam retirados à força da Faixa Gaza, uma preocupação crescente do mundo árabe.
Ele também prosseguirá as negociações lideradas pelo Egito e pelo Qatar para garantir a libertação de todos os reféns ainda detidos pelo Hamas.