Homem toma microfone de Greta Thunberg durante discurso em marcha climática
Mariana Zancanelli
Do UOL, em São Paulo
13/11/2023 17h39Atualizada em 13/11/2023 17h39
Greta Thunberg, ativista ambiental sueca, teve seu discurso interrompido durante uma marcha pela justiça climática em Amsterdã. Após uma convidada da jovem dizer frases pró-Palestina no palco, um homem invadiu o espaço e tomou o microfone. "Vim aqui para uma manifestação climática, não para uma visão política", protestou.
O que aconteceu?
Ontem, 70 mil pessoas estiveram na marcha pelo clima e pela justiça Klimaat Mars. O evento defendia que a crise climática é relacionada a outros problemas de cunho social, como o racismo e a pobreza.
Greta discursou sobre a necessidade de "ouvir as vozes daqueles que estão sendo oprimidos e daqueles que lutam pela liberdade e pela justiça", segundo o canal europeu Sky News.
A ativista cedeu espaço de fala para uma mulher palestina, que defendeu a liberdade de seu povo durante o discurso: "do rio ao mar, a Palestina se libertará", declarou. A fala foi interrompida pela organização do evento.
Quando Greta iria retomar seu discurso, um homem subiu ao palco e tomou o microfone, acusando a jovem de transformar a marcha em um evento político. "Vim aqui para uma manifestação climática, não para uma visão política", reclamou.
O manifestante foi escoltado para fora do palco. De acordo com Sky News, ele vestia uma jaqueta verde com o nome do grupo Water Natuurlijk, que teve representantes eleitos para os conselhos de água holandeses. Esses conselhos são responsáveis por gerenciar os níveis de água, qualidade de água e a segurança das regiões.
Após a saída do invasor, Greta puxou um coro com a multidão dizendo que "não há justiça climática em terras ocupadas".
Contexto holandês
Esse foi o maior protesto climático que já aconteceu na Holanda, segundo os organizadores. Milhares de pessoas caminharam pelo centro histórico da capital pedindo o combate às mudanças climáticas.
A marcha aconteceu poucos dias antes das próximas eleições nacionais do país, marcadas para o dia 22 de novembro. O cargo de primeiro-ministro tem sido ocupado interinamente desde julho. Na época, Mark Rutte, político que ocupou a posição por mais tempo na história dos Países Baixos, deixou o cargo por divergências entre os partidos da coalizão.