Walkie-talkie e câmera de endoscopia: drama de presos em túnel dura 11 dias
Do UOL*, em São Paulo
23/11/2023 13h00
Um grupo de 41 mineiros indianos está preso há quase duas semanas após um acidente na escavação de um túnel, em Uttarkashi, na cordilheira do Himalaia. Na última tentativa para salvá-los, lâminas de uma máquina de perfuração foram danificadas por um objeto metálico, o que deve deixá-los ainda mais tempo confinados.
O que aconteceu
Quarenta e um trabalhadores trabalhavam em um túnel rodoviário, quando um desabamento os deixou confinados, no dia 12 de novembro.
Os trabalhadores presos têm luz, recebem oxigênio, comida, água e remédios por um cano, e conseguem se comunicar via walkie-talkie. Familiares de alguns dos mineiros estão acampados no local para obter notícia em primeira mão sobre eles. Na última terça-feira (21), a equipe de resgate conseguiu transportar uma câmera endoscópica até trabalhadores e constatar que todos estão bem, ainda que nas imagens alguns parecessem nervosos e ansiosos.
Escavadeiras já retiraram toneladas de terra, concreto e escombros do túnel que desabou parcialmente. A equipe de resgate chegou a uma distância de 12 metros dos trabalhadores na quarta-feira (22). Nesta quinta-feira (23) pela manhã, havia a previsão de retirada dos mineiros, sugerida por Harpal Singh, da equipe de resgate. No entanto, ele disse que isso poderia mudar "devido a problemas técnicos, o terreno 'desafiador' da região do Himalaia e outros imprevistos".
Lâminas de uma máquina de perfuração foram danificadas por atingirem um objeto metálico, atrasando ainda mais o trabalho de resgate. A ideia é tentar resgatá-los pela entrada principal do túnel. Mesmo assim, explosões foram feitas para tentar retirá-los também pela outra ponta.
O primeiro-ministro Narendra Modi definiu o resgate dos mineiros como prioridade. A obra faz parte dos projetos de infraestrutura do governo para melhorar o acesso a áreas próximas à China.
Caso do Chile
Em 2010, 33 trabalhadores ficaram presos em uma mina antiga no deserto do Atacama no Chile. Eles ficaram pouco mais de dois meses a 600 metros debaixo da Terra até serem resgatados.
*Com informações do The Guardian e agências de notícias