Abrigo em Gaza tem 486 palestinos para cada banheiro, diz agência da ONU
Do UOL, em São Paulo
13/12/2023 20h00Atualizada em 13/12/2023 20h10
Um balanço da UNRWA, agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos, mostra a situação dramática de um dos abrigos da organização que recebe civis que fogem da guerra entre Hamas e Israel: são 486 pessoas para cada banheiro disponível.
O que aconteceu
O número se refere aos abrigos da UNRWA em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, para onde palestinos foram deslocados após Israel começar sua operação por terra em Gaza. Os dados são da edição de hoje do boletim divulgado pela agência.
Segundo as Nações Unidas, 1,9 milhão de residentes em Gaza foram deslocados pelo conflito —cerca de 85% da população. Os abrigos da UNRWA receberam 1,3 milhão desse total nos 155 locais associados à entidade em Gaza.
Palestinos e trabalhadores humanitários não estão a salvo nos abrigos da organização: "A UNRWA estima que, no total, pelo menos 288 deslocados internos que estão em abrigos da UNRWA foram mortos e pelo menos mais 998 ficaram feridos desde 7 de outubro", diz a organização.
Pelo menos 135 funcionários da UNRWA morreram desde 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel. No dia 12 de dezembro, um vídeo mostra uma pessoa com um capacete azul da ONU sendo morta a tiros em Beit Hanoun, no norte de Gaza, por um soldado das Forças de Defesa de Israel.
Qual é a situação da guerra
No 68º dia de guerra, tropas israelenses bombardearam uma célula do Hamas no bairro de Shejaiya, na Cidade de Gaza. Além disso, Israel disse ter realizado mais de 250 ataques na Faixa de Gaza no dia anterior.
Em resposta, os combatentes do Hamas dispararam foguetes contra Sederot e outras comunidades do sul de Israel. A maioria foi interceptado pelos sistemas de defesa aérea israelenses.
Crítica internacional não vai parar Israel, disse o governo do país em um comunicado um dia após resolução da ONU. Ontem, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou um pedido de cessar-fogo imediato em Gaza. O texto, porém, não tem caráter vinculante, mas mede a pressão dos demais países frente ao desastre humanitário que vivem os palestinos no enclave.
O Ministério da Saúde de Gaza afirma que 18.608 pessoas morreram desde o início da guerra —a maioria mulheres e menores de 18 anos.