Argentina instala aviso em metrô contra protesto: Quem bloqueia não recebe
Amanda Cotrim
Colaboração para o UOL, em Buenos Aires
20/12/2023 13h34Atualizada em 20/12/2023 16h44
O presidente da Argentina, Javier Milei, reforçou o aviso de que vai retirar planos sociais de pessoas que protestarem nas ruas contra o novo governo. Ele tomou posse no dia 10.
O que aconteceu
Há placas com anúncios e serviço de alto-falante em estações de trem de Buenos Aires, que relembram a campanha de repressão contra manifestações e protestos. Na segunda (18), a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, disse que a pasta cortará benefícios de quem participar de atos que bloqueiem ruas.
O próprio Milei publicou uma foto nas redes sociais com o aviso. Também é possível notar um aumento no efetivo de segurança nas estações da capital argentina, por onde passam manifestantes que moram na região metropolitana.
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Os avisos informam que ninguém pode obrigar uma pessoa a participar de protestos e que, se isso ocorrer, pode haver denúncia. "Bloquear as ruas é um delito", diz o cartaz eletrônico. "Quem bloqueia, não recebe."
As placas são em nome do Ministério da Segurança. Na semana passada, a mesma pasta publicou decreto para reprimir toda manifestação que obstruir via pública, permitindo a intervenção da polícia com armas não letais e a identificação dos manifestantes por meio de câmeras de segurança e drone.
Hoje (20) é dia de mobilização pelos 22 anos da crise econômica de 2001, a maior do país, e contra os reajustes econômicos do novo governo. Organizações sociais de esquerda e sindicatos deram início a um protesto nas ruas de Buenos Aires e afirmam que o ato é um direito constitucional. A expectativa é reunir 50 mil pessoas.
Também está previsto para hoje o anúncio de um decreto de urgência para explicar as medidas que o governo tomará para a "desregulação da economia". Especula-se que entre essas medidas está uma reforma trabalhista, com aumento de três para oito meses de período de experiência, e o fim da lei de aluguéis.