Brasileira é encontrada morta com facada no pescoço em casa dos EUA
Uma brasileira de 49 anos foi encontrada morta com uma facada no pescoço na cidade de Richmond, na Califórnia, nos Estados Unidos. Companheiro é o principal suspeito do crime.
O que aconteceu
Corpo de Elidênia Jorge da Silva foi encontrado por sobrinhos na quinta-feira (4). Um deles precisou invadir a casa onde a tia morava, já que ela não abria a porta.
Familiares foram ao local após a mulher parar de responder às mensagens enviadas por parentes. "A filha dela mandou uma mensagem para a minha mãe falando que ela não respondia há dois dias", contou ao UOL Lucas Lima, gerente de entregas e sobrinho de Elidênia. Ele também mora em Richmond.
O principal suspeito do crime é o companheiro da vítima, que também é brasileiro. Edirlei Ramos Tofoli, de 44 anos, é procurado pela polícia. Ele é natural de Campinas, em São Paulo.
Na casa de Elidênia, familiares encontraram uma camisa do suspeito suja de sangue. As roupas de Edirlei não foram encontradas no armário. A principal suspeita é de que ele tenha fugido após cometer o crime.
O corpo da brasileira ainda não foi liberado pelas autoridades locais. Elidênia Jorge da Silva era natural de Morrinhos, em Goiás. Ela trabalhava nos Estados Unidos como diarista há seis anos.
O UOL tanta contato com o Departamento de Polícia de Richmond. Caso haja retorno, o texto será atualizado. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito. O espaço segue aperto para manifestação.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em São Francisco, afirmou que permanece à disposição para prestar assistência consular necessária e apoio aos familiares.
Suspeito já havia sido preso por agressões
Lucas explicou que ela tinha uma casa em Richmond e alugava o quarto para terceiros. Foi assim que ela e o suspeito se conheceram. A vítima alugou o quarto para ele após a divulgação de um anúncio nas redes sociais.
O suspeito já havia sido preso duas vezes por agredir a vítima. O sobrinho lembra que o homem era violento com Elidênia. "Ele tinha muito medo dele. Pediu para a família se afastar dela porque era uma forma dela proteger a gente", afirmou o gerente de entregas.
Eles tinham um relacionamento há quase dois anos. Primeira agressão que a família teve conhecimento aconteceu no dia do aniversário dela, em 5 dezembro de 2023.
Lucas contou que soube da agressão por uma prima. No caminho para a casa da tia, ligou para a polícia e o denunciou. Elidênia estava com um olho roxo e chegou a dizer que havia batido o rosto limpando a casa. "Ela estava com medo de chamar a polícia e eu chamei", afirmou.
Horas depois, ela admitiu ao sobrinho que havia sido agredida. O homem foi preso, mas solto dias depois.
Na época, Lucas lembra que o suspeito fazia ligações da cadeia e ameaçava a diarista. A vítima conseguiu na Justiça dos EUA uma ordem judicial para que ele não chegasse perto dela. "Mas ele saiu da prisão e voltou para casa dela. Ele ligou para ela e disse que a mataria se minha tia não fosse buscá-lo na cadeia", lamenta o sobrinho.
Em março deste ano, o suspeito foi preso e solto pela segunda vez.
Nas redes sociais, familiares da vítima pedem que quem souber o paradeiro do suspeito denuncie à polícia local.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Para receber atendimento ou fazer denúncias pelo WhatsApp, é possível enviar mensagem para o número (61) 99611-0100; ou pelo Telegram, basta digitar "Direitoshumanosbrasil" na busca do aplicativo. Após uma mensagem automática inicial, o atendimento será feito pela equipe do Disque 100 ou do Ligue 180.