Lula diz que Israel 'segue sabotando processo de paz' no Oriente Médio
Do UOL, em São Paulo
14/07/2024 19h28Atualizada em 14/07/2024 22h08
O presidente Lula condenou neste domingo (14) o recente ataque à Faixa de Gaza que matou ao menos 90 pessoas e deixou centenas de feridos, segundo o Ministério da Saúde da Palestina.
O que aconteceu
Lula diz que Israel "segue sabotando o processo de paz" no Oriente Médio. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou: "O governo de Israel segue sabotando o processo de paz e o cessar-fogo no Oriente Médio. O recente bombardeio promovido na Faixa de Gaza vitimando centenas de inocentes é inadmissível. Agora com mais de 90 vítimas fatais e quase 300 feridos em tendas que abrigavam crianças, idosos, mulheres."
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Presidente brasileiro considerou "estarrecedor" que o povo palestino continue sendo punido. "É estarrecedor que continuem punindo coletivamente o povo palestino. Já são dezenas de milhares de mortos em seguidos ataques desde o ano passado, muitos deles em zonas humanitárias delimitadas que deveriam ser protegidas", publicou Lula em seu perfil no X, antigo Twitter.
Em seguida, o presidente apelou às autoridades internacionais. "Nós, líderes políticos do mundo democrático, não podemos nos calar diante desse massacre interminável". "O cessar-fogo e a paz na região precisam ser prioridades na agenda internacional. Todos os nossos esforços devem estar centrados na garantia da libertação dos reféns israelenses e no fim dos ataques à Faixa de Gaza", concluiu Lula na publicação.
Desde o ano passado, Lula vem criticando as ações de Israel na Faixa de Gaza, que considera um genocídio contra o povo palestino. Para o presidente, as ações em Gaza violam sistematicamente os direitos humanos.
Novo bombardeio em Gaza
O posicionamento de Lula sobre o ataque aéreo no sábado foi publicado antes de um novo bombardeio israelense atingir civis palestinos em Gaza neste domingo (14).
Forças de Israel bombardearam pela quinta vez em oito dias uma escola da Faixa de Gaza. Local abrigava pessoas deslocadas pelo conflito, segundo moradores informaram à agência de notícias AFP.
A Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou 15 mortos no ataque. Escola era administrada pela UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos) e estava localizada no campo de Nuseirat, que já foi bombardeado duas vezes por Israel.
O exército israelense afirma ter atacado terroristas. Segundo a AFP, a força aérea afirmou ter bombardeado "um determinado número de terroristas que atuavam na área do prédio escolar", que "servia de esconderijo" e base para ataques contra as tropas de Israel.
Já moradores relatam que várias vítimas civis, incluindo menores de idade, foram levadas para hospitais próximos, ainda segundo a AFP.
O Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, denunciou o que chamou de "massacre atroz".
Na última semana, quatro escolas que abrigavam pessoas deslocadas foram bombardeadas em quatro dias pelas forças israelenses. Ataques também deixaram vários mortos, ainda de acordo com a AFP.