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Josias: Semana mostrou musculatura de Trump e fragilidade de Biden

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/07/2024 13h59

A útima semana mostrou a força do candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump contra o atual presidente, Joe Biden, que teve sua fragilidade ainda mais exposta, disse o colunista Josias de Souza no UOL News da manhã desta quinta-feira (18).

Biden disse que poderia repensar sua candidatura à reeleição se surgisse um problema médico, segundo trecho de uma entrevista que ele concedeu ontem ao veículo BET, divulgada nesta quarta-feira, em meio a questionamentos sobre seu estado de saúde e sua capacidade mental.

"Se surgisse algum problema médico, se os médicos me dissessem 'você tem tal problema'", respondeu Biden, ao ser questionado sobre o que poderia fazê-lo repensar sua candidatura para as eleições de novembro.

A situação dele [Biden] é muito precária. Já era precária e ficou ainda mais. Essa semana seria, naturalmente, a semana do Donald Trump, porque é semana de convenção e as atenções estariam voltadas para a convenção republicana. Mas toda conjuntura conspirou para que os holofotes continuassem sobre Biden e ficou realçada uma situação muito constrangedora para ele: Trump exibindo toda sua musculatura e Biden tendo sua fragilidade realçada pelas circunstâncias.
Josias de Souza, colunista do UOL

A musculatura de Trump foi renovada com uma blindagem que recebeu da Suprema Corte e pelo atentado falho contra a vida dele [...] Ele está sendo canonizado e beatificado pelo partido.

Na outra ponta, você tem Biden, que já estava com sua capacidade cognitiva sob questionamento e contrai uma covid-19 às vésperas desse discurso de Trump. Diz a Casa Branca que ele continua governando normalmente, mas está isolado por conta da covid. Ele cancelou um evento de campanha em Las Vegas, que poderia funcionar como contraponto a essa convenção republicana.

Josias: Bolsonaro faz campanha para Ramagem para mantê-lo sob controle

Também no UOL News de hoje, Josias disse que Jair Bolsonaro mantém seu apoio a Alexandre Ramagem (PL), pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, mas se preocupa mais em controlá-lo para evitar o surgimento de um novo delator como Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens.

Ontem, Ramagem prestou depoimento à Polícia Federal no âmbito das investigações sobre a "Abin paralela", um suposto esquema de espionagem ilegal durante o governo Bolsonaro. Ele foi o chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante este período.

Hoje, o desempenho eleitoral do Ramagem como candidato a prefeito do Rio de Janeiro tornou-se secundário para Bolsonaro. Já está entendido entre os Bolsonaro que Ramagem tem pouca chance de êxito. O essencial, nesse momento, é mantê-lo sob controle. A eleição virou parte dessa coreografia.

Bolsonaro faz campanha para seu hipotético pupilo no Rio, mas isso se deve não mais à conquista da prefeitura, mas para mantê-lo sob controle. Até aqui, o ex-presidente vem sendo bem-sucedido nessa tarefa. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias ressaltou que Ramagem foi à PF disposto a blindar Bolsonaro, mas ele mesmo está em situação constrangedora por sua participação na "Abin paralela".

Mais constrangedor do que o interrogatório e o lote de perguntas que a Polícia Federal dirigiu a Ramagem foram as respostas que o interrogado foi incapaz de fornecer. Ele está na constrangedora posição de um delegado investigado pelos seus pares. À luz de tudo que foi descoberto, Ramagem ficou em uma posição criminosamente constrangedora.

Ele subverteu as atribuições da agência de inteligência do governo. Em vez de produzir relatórios para orientar decisões estratégicas, dedicou-se a produzir material para alimentar as maquinações de um presidente desorientado. Ele foi ao interrogatório decidido a blindar Bolsonaro. Josias de Souza, colunista do UOL

Para Josias, o próprio PL admite que as chances de Ramagem se eleger são ínfimas, mas Bolsonaro mantém sua posição de cabo eleitoral como forma de se proteger de um possível novo delator.

Nesse momento, a coreografia do Bolsonaro se dedica a manter Ramagem sob controle, de modo a não produzir um novo delator, um novo Mauro Cid. O interesse eleitoral é pequeno, porque o próprio PL reconhece que as chances de Ramagem se tornar o próximo prefeito do Rio de Janeiro são inexistentes. Josias de Souza, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa:

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