US$ 90 mil 'somem' de conta do governo argentino na Venezuela, diz jornal
Do UOL, em São Paulo
21/08/2024 20h12Atualizada em 21/08/2024 20h26
A conta do governo da Argentina na Venezuela onde são depositados os salários dos diplomatas foi hackeada, segundo o jornal argentino Clarín. Foram levados o equivalente a US$ 90 mil.
O que aconteceu
O BDV (Banco de Venezuela) é o responsável pela conta. O regime Nicolás Maduro pode estar por trás da invasão, apurou o jornal.
A quantia foi levada em dez saques. Uma investigação foi instaurada para apurar o ocorrido.
Essa conta era utilizada pelo governo Javier Milei para pagar os gastos com pessoal e manutenção da embaixada em Caracas. É nesse local onde estão refugiados apoiadores de María Corina Machado, líder da oposição a Maduro.
O incidente aconteceu e foi descoberto na semana passada, segundo o jornal uruguaio El Observador. "Foi um assalto", disse uma fonte, sob anonimato, à reportagem. "Acreditamos que pode ter sido devido a um hacker", acrescentou.
O governo brasileiro assumiu a embaixada da Argentina em Caracas em meio ao atrito entre Milei e Maduro após a contestada reeleição do ditador. O UOL entrou em contato com o Itamaraty sobre o episódio. Se houver resposta, o texto será atualizado.
Brasil assume embaixada
No mês passado, o Brasil aceitou o pedido do governo Milei para representar os interesses da Argentina em Caracas. O presidente argentino agradeceu ao país vizinho pelo gesto e disse que "laços que unem a amizade da Argentina com o Brasil são fortes e históricos".
A negociação entre o governo do Brasil e o regime de Maduro envolveu um alerta claro por parte do Itamaraty para Caracas de que, a partir de agora, aquela embaixada era brasileira. "Aqui é Brasil", disse um dos diplomatas, deixando claro que o país não toleraria qualquer invasão ou ruptura da inviolabilidade do local. Uma bandeira do Brasil foi hasteada no local.
O impasse entre o governo Maduro e a oposição após a eleição segue em andamento. Nesta quarta-feira (21), os oposicionistas afirmaram que não reconhecem a competência da Sala Eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para discutir o tema.